A Polícia Federal em Altamira (PA) deflagrou, na manhã desta quinta-feira (24/10), uma operação voltada ao combate de crimes ambientais, relacionados à extração ilegal de minérios, na região de Altamira, localizado na Volta Grande do Xingu. Serão cumpridos seis mandados de busca e apreensão expedidos pela Justiça Federal, com o objetivo de reprimir a atividade ilícita que vem degradando o meio ambiente local, em especial as margens do Rio Xingu, onde há indícios de garimpo ilegal, possivelmente voltado à extração de ouro.
Foto: Divulgação/PF
A investigação teve início em 2024, após a identificação de grupos explorando minérios sem qualquer autorização legal, o que configura a prática de crimes previstos no artigo 55 da Lei 9.605/98 e no artigo 2º da Lei nº 8.176/91. A operação visa não apenas desmantelar essas atividades criminosas, mas também coletar provas que subsidiem futuras ações de combate ao garimpo ilegal na região.
Contexto histórico e ambiental da região
A região de Altamira e a Volta Grande do Xingu possuem uma relevância histórica e ambiental. Localizada na Amazônia Legal, essa área é reconhecida por sua biodiversidade e pela presença de comunidades tradicionais e indígenas que dependem diretamente dos recursos naturais para sua subsistência. Entretanto, nas últimas décadas, o avanço de atividades econômicas predatórias, como o garimpo ilegal, tem se tornado uma ameaça crescente, comprometendo a integridade dos ecossistemas e as condições de vida da população local.
Foto: Divulgação/PF
A extração ilegal de minérios, especialmente o ouro, é uma prática que causa profundas consequências ambientais e sociais. O uso indiscriminado de mercúrio para separar o metal precioso dos sedimentos resulta na contaminação dos corpos d’água, afetando a fauna e as populações humanas que dependem dos rios para alimentação e outras necessidades básicas. O mercúrio, substância altamente tóxica, pode se acumular nos organismos aquáticos e atingir concentrações perigosas na cadeia alimentar, expondo as comunidades ribeirinhas a sérios riscos de saúde.
Além da contaminação dos rios, o garimpo ilegal também provoca a remoção da cobertura vegetal e a degradação do solo, contribuindo para a erosão e o assoreamento dos rios. A destruição da floresta impacta diretamente a biodiversidade da região, levando à perda de habitat para inúmeras espécies de fauna e flora.
As operações da Polícia Federal em áreas de grande vulnerabilidade ambiental, como Altamira, são essenciais para combater esses crimes e mitigar os danos causados pelas atividades ilegais. A operação de hoje reforça o compromisso das autoridades em preservar o meio ambiente e assegurar que os recursos naturais da Amazônia sejam explorados de forma sustentável e dentro dos limites da lei.
A Polícia Federal continuará monitorando a região e adotando todas as medidas legais necessárias para responsabilizar os envolvidos nas práticas criminosas, garantindo que o patrimônio ambiental do país seja protegido para as futuras gerações.
“O Barulho do Xingu” é uma denominação simbólica e estratégica para uma série de ações coordenadas pela Polícia Federal, focadas no combate à extração ilegal de minérios na região do Rio Xingu. Este nome foi escolhido para refletir tanto o impacto ambiental quanto o social dessa prática ilegal.
“O Barulho” no nome da operação faz alusão aos distúrbios causados pela atividade de mineração ilegal — não apenas o barulho físico das máquinas e equipamentos pesados que invadem a tranquilidade da floresta, mas também o “barulho” figurativo, que representa a perturbação na ordem social, econômica e ecológica da região. A mineração ilegal acarreta devastação ambiental, desmatamento e poluição dos rios, o que destrói habitats, afeta a biodiversidade e compromete a subsistência das comunidades locais. Por sua vez, “Xingu”, refere-se diretamente ao local de atuação da operação. O Rio Xingu é um dos principais afluentes do Rio Amazonas e é vital para a biodiversidade da região amazônica.
A Voz do Xingu – com informações da Ascom/PF em Altamira
