As mudanças da população em uma década e as caraterísticas de cada localidade brasileira serão apresentadas, previamente, em dezembro de 2021 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que a partir de agosto de 2020, colocará os agentes censitários nas ruas de todos os municípios do país para fazer o retrato atualizado e preciso da população brasileira.
Somente no Pará, 6.999 agentes serão contratados para atuar no censo demográfico 2020, que custará R$ 8,1 milhões para viabilizar toda estrutura no Estado. No total, o censo brasileiro custará R$ 3,1 bilhões. Atualmente, o IBGE aponta que a população do Pará é de 8.602.865 pessoas.
Segundo as estimativas do IBGE, o Brasil possui 71 milhões de domicílios. Os questionários básicos deverão ser aplicados com 26 perguntas. Em 2010, foram 34 questões. Já o questionário mais completo, destinado a uma amostra de 10% dos domicílios, teve uma redução de 102 perguntas para 76.
Serão informaçôes sobre os moradores, características dos domicilios, identificação étnico-racial, registro civil de pessoas até cinco anos, mortalidade, rendimento, educação, entre outras.
O coordenador técnico do Censo 2020 no IBGE/PA, Luiz Cláudio Martins, explica que apesar da redução, as informações que serão coletadas continuam sendo fundamentais para o planejamento de políticas públicas, sejam estatísticas ou geográficas.
Internet – Segundo Luiz Cláudio, uma das novidades do censo 2020 será a possibilidade de prestar informação pela internet. Para isso, o IBGE utilizará uma metodologia diferenciada, em que a pessoa poderá requerer responder aos questionários logo na primeira semana do censo, acessando o site do órgão e usando o número do CPF.
Esta metodologia foi planejada para atender às classes média alta e alta da população brasileira, que em censos anteriores se recusaram a receber os agentes censitários em condomínios e outros domicílios de famílias com alto poder aquisitivo.
Outra novidade apontada pelo coordenador técnico do IBGE/PA, é a inclusão dos Povos e Comunidades Tradicionais (PCTs) no censo 2020. Será um recorte de quantas famílias e quantas pessoas dessas comunidades existem no Brasil, como indígenas e quilombolas. Até o último censo de 2010, apenas os indígenas foram contados. Agora, os descendentes de negros dos quilombos têm oportunidade de se autodeclarar quilombolas.
Também será feita a contagem das pessoas com deficiência visual, auditiva, cognitiva e de manuseio. Ainda não será dessa vez que o censo vai revelar os números de pessoas com autismo no Brasil.
Todas as informações foram apresentadas na Reunião de Planejamento e Acompanhamento do Censo 2020, realizada em Belém, nesta quarta-feira, 2, onde os técnicos e gestores do IBGE/PA reuniram dirigentes de órgãos públicos federais, estaduais e municipais do Pará, além de representantes de entidades da sociedade civil organizada e da iniciativa privada.
A reunião foi liderada pelo chefe da unidade estadual do IBGE, Ronyhelder Nogueira e os dados foram apresentados pela equipe técnica do órgão no Pará, que também responderam aos questionamentos do público presente ao evento.
Segundo Nogueira, as reuniões ocorrem em todos os municípios e no Pará já foram realizadas 88 até ontem. Até amanhã, dia 4, serão 99 reuniões com líderes comunitários, autoridades e representantes de entidades privadas.
Mais de 2 milhões de domicílios serão visitados no Pará pelos recenseadores do IBGE
No Pará são 144 municípios e 22 áreas de coleta, sendo duas delas localizadas na capital. As outras 20 são localizadas nos municípios com agências do IBGE, que se dividirão em 48 subáreas de coleta, segundo explicou a coordenadora operacional do censo 2020 no Pará, Bárbara Martins.
Será um total de 188 postos de coleta e serão visitados pelos 2.124 milhões de domicílios paraenses. “Temos a intenção de fazer o melhor censo em 2020. Para isso, estamos esclarecendo a população sobre a importância de receber o recenseador”, explica Bárbara.
No censo demográfico, como esclarece o supervisor de Base Territorial do IBGE/PA, Regivaldo Rossi, é preciso duas bases: territorial (mapa) e de cadastro e endereços que representem os setores urbanos e rurais.
Cada recenseador é responsável por um setor definido com uma média de 400 domicílios. No Pará, há 8.052 setores urbanos e 5.209 rurais.
Já em relação à malha setorial, há 13.261 setores censitários, sendo 356 urbanos e 55 rurais. No caso da capital paraense, há 1.672 setores censitários urbanos e outros 12 rurais.
No censo de 2010, o Pará apareceu com 104 aglomerados subnormais e atualmente, o IBGE já sabe que há mais de 150. Porém, a base de aluguel de famílias de baixa renda deixou de constar no questionário do censo 2020.
Também haverá mapeamento e identificação da população que migrou pro Brasil nos últimos dez anos no censo 2020. Este seráum grupo de interesse estatístico específico para o IBGE, segundo informou o coordenador técnico.
No caso dos indígenas venezuelanos e outras pessoas daquele país, que vivem em abrigos em Belém, estes locais serão identificados como domicílios coletivos. “Todos os indígenas warao que estão no Pará serão identificados”, ressalta Luiz Cláudio Martins.
IBGEeduca leva informações do censo 2020 às escolas
Estudantes, professores e diretores de escolas em todos os municípios foram incluídos no planejamento para receberem informações sobre o censo 2020.
A coordenadora do IBGEeduca no Pará, Liliane Regina da Costa, esclarece que o programa é um portal voltado para educação, que divulga a produção do órgão, tanto da área estatística como da geografia.
Através de revistas, o programa leva as informações às escolas, que também estão fazendo o censo experimental, uma forma de explicar a importância do censo demográfico aos estudantes e toda comunidade escolar.
Todas as informações do censo 2020, inclusive, sobre o processo seletivo para contrataçao dos agentes que vão atuar na coleta e na análise dos dados podem ser acessadas no site do IBGE: https://censo2020.ibge.gov.br/
Fonte: Portal Roma News
