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Ministra Damares cumpre agenda oficial na Ilha do Marajó nesta segunda-feira, 15

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A ministra da Família, da Mulher e dos Direitos Humanos, Damares Alves, visitará nesta segunda-feira, 15, as cidades de Afuá e Muaná, ambas na Ilha do Marajó. Damares desembarca no Pará para participar diretamente da entrega de cestas básicas às comunidades ribeirinhas.

No dia anterior, a cidade de Afuá, com 40 mil habitantes, já estava ansiosa pela chegada do Navio Auxiliar Pará, com 200 militares a bordo. Foi ele que trouxe no seu porão as 16 mil cestas básicas – fruto de uma parceria do governo federal com uma rede de supermercados. A longa viagem da Base Naval de Belém até o atracadouro de Afuá (distantes 256 quilômetros) durou dois dias, navegando por vários furos e estreitos da bacia amazônica.

No trapiche, o movimento foi intenso. Militares passavam de mão em mão as cestas, que logo eram desinfectadas, colocadas em carroças e levadas para o ginásio do município. A ação, batizada de Pão da Vida é emergencial em tempos de pandemia.

Falta de saneamento

“Ouvi no rádio, os que têm o Cadastro Unico vão receber a cesta básica, vão de casa em casa. A minha filha, tomara que ela receba, porque ela necessita, tem uma bebezinha e está desempregada”, disse a aposentada Doralice Reis, que nasceu em Afuá.

A cidade natal de dona Doralice tem 8 mil pessoas inscritas no programa Bolsa Família e um agravante: não há saneamento básico em Afuá.

“Aqui no centrinho é tudo bonito, tem várias obras. Mas vá até o bairro Capim Marinho. Lá as pessoas têm que pegar água no igarapé e jogar para as caixas d´água. O problema é que o igarapé também serve de banheiro. Não temos fossa”, denunciou Luís Henrique Paiva, um dos muitos jovens desempregados de Afuá.

E não há perspectivas de emprego a curto prazo. Por causa da pandemia de covid-19, o município está isolado. Os navios que fazem a travessia até Macapá, capital do Amapá, em um percurso que costuma demorar 3 horas e meia, não podem mais levar passageiros, apenas carga. Isso atrapalhou o fluxo, impossibilitando parte da economia da chamada “Veneza Marajoara”.

“Aqui só tem três barcos disponíveis para fazer transporte de mercadoria. Nós ficamos sem fluxo agora. Não posso nem ir para o interior, tem vigias no porto” – reclamou o comerciante Fernando Espíndola que, por lei municipal, só pode manter a sua distribuidora de bebidas aberta das 8h às 14 h.

Coincidentemente, o maior barco de passageiros da região, o Virgem da Conceição, com capacidade para transportar 300 pessoas confortavelmente em três andares (a passagem até Macapá custa R$ 50), está atracado há vários meses em frente a casa do prefeito de Afuá, sem poder navegar.

Dia histórico

Mazinho Salomão (PSD-PA) já está no terceiro mandato à frente da prefeitura. Segunda-feira será um dia histórico para o município: a primeira vez que um ministro de estado vem a Afuá.

“Desde que a ministra Damares soube que no Marajó há casos de prostituição infantil, ela passou a se preocupar mais com a ilha. Daí, as ações começaram a surgir e sem dúvida nenhuma, quem vai agradecer é a população”, disse o prefeito.

Ao todo, 7.550 cestas serão entregues em Afuá na segunda-feira e outras tantas na vizinha Chaves, na quinta-feira, dia 18.

“A gente já está há 3 meses nessa situação. Mas eu tenho fé que logo, logo isso vai passar”, disse a moradora Nazaré Lameirão.

Baixo IDH

A ilha do Marajó tem vários municípios em situação de pobreza, por isso o programa Abrace o Marajó foi criado pelo Ministério da Família, da Mulher e dos Direitos Humanos e esta ação específica, chamada Pão da Vida, focaram na grande ilha paraense.

Atualmente, Melgaço tem o pior Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) entre as mais de 5.600 cidades do Brasil; um título que ninguém gostaria de ostentar. Chaves (23 mil moradores) está em sexto lugar e Bagre (30 mil pessoas) é a oitava pior cidade neste ranking.

Afuá ainda está em condições melhores que as vizinhas. Talvez por isso, o morador Elvis Vasconcelos não tenha dúvidas em afirmar: “Um dos melhores lugares para se viver é Afuá, tranquilo, é um paraíso. Se a maioria das cidades fosse assim, a gente ia viver bem mais”, disse, otimista.

Fonte: Agência Brasil

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