Com o tema “As ações e as presenças indígenas Munduruku em suas muitas histórias”, Eliano Kirixi Munduruku apresentou e teve o TCC aprovado em Antropologia na Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa).
Assim, Eliano se tornou o primeiro aluno indígena a se formar na graduação pela Universidade. O trabalho foi apresentado na tarde de segunda-feira (2), em uma das salas do Instituto de Ciências da Sociedade (ICS), na unidade Tapajós, em Santarém, no oeste do Pará.
A defesa, onde foi produzido um filme-documentário que conta a história de um lugar sagrado no Tapajós, que os não-indígenas chamam de “estreito”, contou com a presença da liderança Munduruku, Jairo Saw Munduruku, além da orientadora do trabalho, Lucybeth Camargo de Arruda.
A orientadora conta que a narrativa passa da oralidade dos Munduruku, da história de como se criou a terra preta para outra temporalidade, onde os Munduruku já eram assim denominados e, faz essa leitura das histórias.
“Eliano fez um trabalho de TCC baseado em dois movimentos de histórias Munduruku: uma no registro oral dos caciques da etnia do médio e alto Tapajós a partir de um trabalho que ele mesmo já tinha feito no início do curso chamado ‘Arqueologia nas aldeias’.
Também foi trabalhada uma documentação do museu Emílio Goeldi, que é um diário de um Munduruku que viveu na década de 70 entre Belém e as aldeias Munduruku”, explica orgulhosa a orientadora do TCC.
“Eliano é um estudante que se empenhou muito para fazer essa ponte entre a universidade e a aldeia, e acho que ele conseguiu”.
De acordo com Lucybeth, o diário foi analisado e a partir dessa análise, Eliano fez um comparativo até chegar nos indígenas Munduruku que estão dentro da Universidade, que tem que vir para cidade saindo da aldeia pra tentar alcançar o conhecimento não-indígena para ajudar os indígenas.
Por Tracy Costa, G1 Santarém — PA