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Universidades públicas do PA investigam fraudes nas cotas, após denúncias nas redes sociais

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Universidades públicas do Pará investigam denúncias de candidatos, na maioria brancos, que teriam sido aprovados em vagas exclusivas para cotistas negros, pardos ou indígenas. A exposição dos casos é feita pelas redes sociais e muitos estudantes tiveram informações pessoais divulgadas, apontando uso irregular da lei de cotas para entrar no ensino superior. A Universidade Federal do Pará (UFPA) e a Universidade do Estado do Pará (Uepa) disseram que vão investigar os casos.

Negro, o historiador Hugo Lima mora no bairro 40 Horas, em Ananindeua, região metropolitana de Belém, foi aprovado pela UFPA no sistema de cotas, porque estudou em escola pública e tinha renda familiar de até 1,5 salário mínimo.

Ainda assim, Hugo precisou trabalhar e levou seis anos e meio para concluir o curso. “Se não fosse esses trabalhos eu não tinha nem me formado, a gente precisa adquirir livros, pegar ônibus, ir daqui do 40 Horas. Para chegar no Guamá, Terra Firme, são dois ônibus, então o gasto de dinheiro é muito grande e no final do mês pesa”.

A lei nacional de cotas foi aprovada em 2012, garantindo a reserva de 50% das matrículas por curso e turno em instituições federais de ensino superior para alunos de escolas públicas e baixa renda. Na UFPA, universidade pioneira no Brasil na implantação dessa política pública, 78% das vagas são destinadas a pessoas declaradas pretas, pardas e indígenas.

Para o advogado Paulo Vitor, “as cotas propiciam maior diversidade do ambiente de trabalho universitário, então elas são muito importantes”.

Já o estudante Marcos Vinicius aguarda uma decisão da Justiça, pois depois de ter sido aprovado pelo sistema de cotas em engenharia de alimentos na Universidade de Dourados, no Mato Grosso, a comissão não o considerou pardo. A informação, no entanto, está na certidão de nascimento dele.

Enquanto a decisão não sai, Marcos se divide entre o trabalho em um mercado da família e os estudos durante a pandemia de Covid-19 para tentar outra vaga.

Fonte: G1 Pará

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