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Ato público pede justiça por Marielle, Dorothy Stang e mulheres assassinadas por defenderem a Amazônia

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O Dia Internacional da Mulher não passou em branco em Santarém, oeste do Pará. Cerca de 150 mulheres saíram às ruas da cidade no final da tarde de sexta-feira (8) para reivindicar seus direitos e denunciar as violações e violências a que são submetidas das mais diversas formas. Alguns homens também se juntaram ao ato público e empunharam bandeiras e faixas que pediam justiça para o assassinato de Marielle Franco, Irmã Dorothy Stang e de mulheres que foram mortas por defenderem os direitos e o modo de vida dos povos da Amazônia.

No dia 14 de março vai completar um ano que vereadora Marielle Franco (PSOL) foi assassinada no Rio de Janeiro, e até hoje não se tem a identificação dos responsáveis pelo crime.

“A morte da Marielle é muito significativa para a luta das mulheres, porque a gente sabe que o assassinato dela é uma mensagem também para a gente se aquietar, se calar, não reivindicar, porque se a gente sair daquele quadrado que a sociedade definiu que era pra nós, a gente está burlando regras, a gente está querendo ser demais. E essa mensagem a gente não vai aceitar, porque nós sabemos onde é o nosso lugar”, disse a educadora popular e integrante da coordenação do ato, Sara Pereira.

Como forma de homenagear Marielle, 100 mulheres subiram no calçadão da Orla, às margens do Rio Tapajós e formaram o nome da vereadora. Foi um momento para também pedir justiça pelas mulheres que foram assassinadas por defenderem o meio ambiente, o direito à terra e o modo de viver das populações da Amazônia, como a Irmã Dorothy Stang, Leila Ximendes (Altamira), Maria do Espírito Santo e Nilce de Sousa Magalhães (Nicinha).

Com o apoio de um carro som, trabalhadoras urbanas e rurais, pescadoras, indígenas, quilombolas, estudantes e donas de casa caminharam pela avenida Tapajós, na Orla de Santarém, empunhando bandeiras e faixas por justiça social e garantia de direitos.

“Levantamos nossas bandeiras de luta, entre as quais, o protesto contra reforma da previdência que é um projeto do governo que ameaça diretamente os direitos dos trabalhadores de um modo geral, e que de uma forma muito contundente viola os direitos das trabalhadoras, sobretudo as trabalhadoras do campo e da educação. Então, essa temática foi muito fortemente combatida no ato do 8 de março em Santarém, como em todo o país”, disse Sara Pereira.

As mulheres também protestaram contra os danos que os grandes projetos que são implementados na Amazônia causam. Agricultoras, agroextrativistas, pescadoras e indígenas falaram sobre os projetos minerais, hidrelétricos, portuários e a monocultura da soja que segundo elas, causam danos não somente no meio ambiente, mas no modo de vida das pessoas.

Não à cultura do estupro

Outra pauta que também foi lembrada no ato público em Santarém, foi a violência que as mulheres são submetidas pelo simples fato de serem mulheres. O protesto foi contra a cultura do estupro e do feminicídio.

“Nós ainda temos nosso corpo violentado e somos assassinadas cotidianamente no país, por nossos companheiros, porque os homens ainda têm a ideia de que o corpo da mulher é propriedade deles. E essa realidade precisa ser mudada, não somente com leis que são fundamentais – nossas leis precisam ser cumpridas -, mas sobretudo com uma mudança de comportamento da sociedade”, finalizou Sara Pereira.

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