Menu

Cobrir eixo do motor em embarcações faz zerar risco de escalpelamento, diz Marinha

Continua após a publicidade

A redução nos casos de escalpelamento, acidente típico em embarcações no Norte, tem dado um alívio maior para as autoridades marítimas em Santarém, no Pará. Segundo a Capitania Fluvial, o último caso registrado no oeste do estado foi em 2012, em Oriximiná.

O comandante do 4º Distrito Naval da Marinha do Brasil no Pará, vice-almirante Edervaldo Teixeira Filho, destacou que mesmo com a redução, ainda há um grande desafio para mudar o hábito de muitos ribeirinhos da Amazônia.

“A gente faz cobertura de eixo, a gente vai nas escolas, a gente vai nas comunidades, ensinando o que deve ser feito. Mas as pessoas, às vezes, acham que com elas não acontece, a chamada cultura do risco, e acontece”, afirma.

O almirante destaca que houve redução nos casos de acidentes, graças as ações da Capitania Fluvial desenvolvidas há mais de 10 anos na Amazônia. Antes, acontecia uma faixa de 15 a 20 casos por ano. Atualmente, o número de acidentes é praticamente zero.

Em todas as regiões, a Marinha desenvolve ações integradas para evitar tragédias. “O problema do escalpelamento é o cabelo enrolar no eixo. Quando você coloca essa cobertura, não tem como o cabelo tocar no eixo. É cem por cento seguro”, diz.

Como acontece?

O escalpelamento é um acidente mais comum no Norte, sendo provocado pelo eixo do motor das pequenas embarcações. Por conta da falta de proteção, as vítimas, em sua maioria mulheres, ao se aproximarem do motor, têm os cabelos puxados.

A forte rotação enrola os cabelos em torno do eixo e chega a arrancar parte ou totalmente o coro cabeludo. Em alguns casos, as vítimas sofrem danos graves e chegam a perder as orelhas e a pele do rosto, causando deformações e até a morte.

A proteção não é obrigatória, mas pode salvar vidas. “Eu acho que é uma consciência de cada um. Se você tem uma filha, se você tem uma esposa que tenha o cabelo longo, venha fazer a cobertura. A Marinha faz de graça. Um serviço rápido”, diz o almirante.

Em caso de acidentes, a vítima deve ser encaminhada a um hospital o mais rápido possível. Por isso, a importância das capacitações para profissionais de saúde. O Hospital da Fundação Santa Casa, em Belém é referência no atendimento a esses casos.

Campanha de verão

Nesta segunda-feira (3), a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa) e a Comissão Estadual de Enfrentamento dos Acidentes com Escalpelamento lançaram a Campanha de Verão para Enfrentamento do Escalpelamento.

Com o tema “Nenhum barco sem proteção do eixo do motor”, as ações vão ocorrer durante todo o mês de julho, em 21 municípios paraenses prioritários, como Curralinho e Muaná, na Ilha do Marajó, onde ocorreram dois acidentes deste ano.

A campanha também chega os municípios de Oriximiná, Juruti e Terra Santa, no oeste paraense, entre os dias 16 a 22 de julho. A intenção é sensibilizar os barqueiros para a importância da cobertura do eixo do motor e a população para os cuidados.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

error: Conteúdo protegido.