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Ibama e MPF apresentam dados sobre desmatamento na TI Ituna-Itatá

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O coordenador de Operações de Fiscalização do Ibama, Hugo Loss, e o Procurador da República, Adriano Lanna, conversaram com a imprensa, na manhã desta quarta-feira, 22 de janeiro, em Altamira, no sudoeste do Pará. Eles repassaram informações sobre o desmatamento que vem ocorrendo na Terra Indígena Ituna-Itatá, o que culminou na realização da operação que leva o mesmo nome da Terra Indígena, que acontece desde o dia 15 de janeiro.

Hugo Loss, Coordenador de Operações do Ibama. Foto: Wilson Soares – A Voz do Xingu

Segundo Hugo Loss, a Terra indígena vem sendo alvo da ação de grileiros nos últimos anos, mas em 2019 representou o maior desmatamento do Brasil e do mundo, correspondendo a 13% do PRODES 2018/2019. Em relação ao PRODES 2017/2018, teve um aumento de 700% no desmatamento, ou seja, em 2019 a TI Ituna-Itatá perdeu 23% de suas terras para o desmatamento. De acordo ainda com o coordenador de Operações de Fiscalização do Ibama, só neste ano de 2020, já foram identificados mil hectares de desmatamento na terra indígena. Pelo estudo realizado pelo Ibama, a rota de entrada e saída da TI é justamente a Vila Mocotó, que fica há cerca de 60 quilômetros da divisa com a área indígena. Por isso, na semana passada, dois postos de combustíveis foram embargados e lacrados na comunidade, e cerca de 5 mil litros de combustíveis apreendidos foram trazidos para Altamira.

Outro problema encontrado pelo Ibama na Terra Indígena é a presença de gado nos polígonos desmatados, indicando que área está sendo grilada para a abertura de pastagens. A preocupação é a de que frigoríficos podem estar adquirindo esse gado, que não tem procedência, muito menos inspeção e nem vacinação, e repassando de forma irregular para o consumidor. Mas, segundo o Procurador da República, Adriano Lanna, se isso estiver acontecendo os frigoríficos estão cometendo crime, e os responsáveis serão identificados e penalizados. O procurador ainda ressalta que os responsáveis pela grilagem das áreas desmatadas na Terra Indígena também serão punidos.

A operação na Terra Indígena Ituna-Itatá ainda continua com a presença do Ibama, Funai e Ministério Público Federal. Em sobrevoos recentes, foi identificada uma diminuição na ação dos grileiros, mas esse monitoramento deve permanecer para coibir o desmatamento na região, e até mesmo impedir que ele se expanda para as terras Indigenas Trincheira-Bacajá e Koatinemo, que fazem divisa com a Ituna- Itatá.

Por: Valéria Furlan  – Fotos: Wilson Soares – A Voz do Xingu

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