Há 11 dias, esse tanque carregado de piche está abandonado e colocando em risco a vida de quem trafega pela BR-230, mais conhecida como Rodovia Transamazônica. O tanque faz parte de uma carreta que não conseguiu subir a ladeira e tombou no meio do desvio, na altura do km 85, nas proximidades de Medicilândia, no sudoeste do Pará.
O caminhoneiro Raimundo Nonato, que seguia viagem carregado de amêndoas de cacau de Rurópolis, no Pará, para Ilhéus na Bahia, ficou revoltado na tarde desta quarta-feira, 31, ao se deparar com o perigo. “Cadê o DNIT? Cadê as autoridades deste país, que não vêem essa situação perigosa aqui?”, disse revoltado o caminhoneiro.
No sábado, 20 de julho, dia do acidente a rodovia chegou a ficar interditado por cerca de duas horas, ocasionando um grande congestionamento dos dois lados da pista. Só depois de duas máquinas reabrirem parte do desvio, foi possível os veículos seguirem viagem.
Dias depois máquinas voltaram ao local da estrada e interligaram o desvio a um outro trecho da rodovia que estava interditado há mais de três anos.
O trecho da BR-230, onde o tanque permanece, ocupa quase a metade da pista e não tem nenhuma sinalização de perigo, além disso, a visibilidade do motorista é muito pouca devido a poeira.
Procuramos a Policia Rodoviária Federal (PRF) Altamira, que nos informou que também está preocupada com a situação. Segundo o inspetor responsável, o condutor da carreta evadiu-se do local, assim que aconteceu o acidente, e que através dos dados da carreta, foi possível a Polícia Rodoviária localizar o proprietário que mora em Fortaleza, e que o proprietário teria se comprometido com a PRF em acionar o condutor para que o mesmo comparecesse ao Posto da Polícia Rodovia Federal para resolver a situação, mas que até hoje ninguém compareceu a Sede da PRF, e que após esse contato que foi feito logo depois do acidente, ninguém atende mais as ligações. O inspetor alerta ao condutor e ao proprietário da carreta que caso aconteça alguma coisa, eles serão responsabilizados, inclusive por crime ambiental, caso haja vazamento do material.
A Transamazônica nunca teve sua pavimentação concluída e só entre o trecho de 90km, que liga os municípios de Altamira a Medicilândia, tem seis desvios como esse, o que já ocasionou vários acidentes, inclusive com vítimas fatais. Nesse último final de semana, uma caminhonete que vinha de Tucuruí com destino a Santarém, caiu de uma altura de cinco metros de uma ponte de madeira, cerca de 20km depois de onde está esse tanque abandonado. No acidente uma senhora de 71 anos morreu na hora e outras três ficaram feridas.
Texto e Fotos: Wilson Soares – A Voz do Xingu
