Altamira (PA) – Mudanças climáticas, desenvolvimento sustentável, conservação da sociobiodiversidade, turismo responsável, regularização fundiária e combate ao desmatamento ilegal foram alguns dos principais temas debatidos durante o encontro “COP 30 no Xingu e Transamazônica”, realizado entre os dias 7 e 9 de outubro, no auditório da Associação dos Municípios do Consórcio Belo Monte (ACBM), em Altamira, no sudoeste do Pará.
Foto: Wilson Soares
Promovido pela ACBM, o evento reuniu gestores municipais, representantes do Ministério Público, do Consórcio Intermunicipal de Desenvolvimento Sustentável (CIDS), vereadores, secretários de Meio Ambiente, Agricultura e Turismo, membros da associação comercial e do sindicato rural, além de professores universitários, representantes da OAB, técnicos agrícolas, integrantes da Defesa Civil, do Corpo de Bombeiros, da Polícia Rodoviária Federal, do 51º Batalhão de Infantaria de Selva e da sociedade civil dos 13 municípios que compõem o Consórcio.
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De acordo com o presidente da ACBM e prefeito de Vitória do Xingu, Márcio Viana, o encontro foi uma oportunidade de ouvir diferentes setores sobre os impactos e as soluções possíveis para os desafios ambientais da região. “Esse evento foi de suma importância para todos nós que moramos nessa região. Foi um momento de ouvir as pessoas atingidas, os especialistas, a sociedade civil e os colegas prefeitos. Agora é levar às autoridades competentes tudo o que foi discutido aqui”, destacou o gestor, agradecendo ao governador Helder Barbalho pela realização da COP 30 no Pará.
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O promotor de Justiça David Terceiro Nunes Pinheiro, titular da 7ª Promotoria de Justiça Cível e de Defesa do Consumidor, do Meio Ambiente e do Patrimônio Cultural de Altamira, que ministrou a palestra magna de abertura do encontro, ressaltou o papel estratégico da região. “A região do Xingu tem um protagonismo muito relevante para a COP 30, que acontecerá em Belém. Este evento é fundamental para discutir iniciativas, apresentar propostas e construir soluções reais de sustentabilidade para as comunidades da Transamazônica”, afirmou.
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Entre os palestrantes, a professora universitária Livânia Norberta de Oliveira, doutora em Geografia e mestra em Desenvolvimento e Meio Ambiente, abordou o tema “Justiça Climática e os Impactos Sociais das Mudanças Climáticas”.
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“O encontro foi essencial para dialogar sobre estratégias de enfrentamento das mudanças climáticas e promover o bem-estar da população, a saúde ambiental e a harmonia entre todos”, destacou a professora.
Pela primeira vez em Altamira, o diretor da Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac), Thiago Guedes, apresentou as ações da instituição voltadas à assistência técnica e ao fortalecimento da agrofloresta regional.
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“A Ceplac traz sua contribuição para o desenvolvimento do cacau e da agrofloresta na Amazônia. Estamos implantando novos projetos que serão assinados na COP 30, fortalecendo o diálogo com o setor produtivo e com os agricultores familiares”, explicou o diretor nacional da Ceplac.
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O encerramento da programação contou com uma mesa-redonda formada por secretários de Meio Ambiente da região, que apresentaram as ações desenvolvidas em seus municípios. O titular da pasta em Altamira, Rafael Oliveira, avaliou o evento como um marco de integração regional. “A COP 30 no Xingu foi grandiosa. Discutimos ações de transformação ecológica urbana e os princípios da sustentabilidade em escala regional. Foi uma oportunidade de trocar experiências e construir uma região mais verde, conectada e resiliente”, afirmou.
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A secretária de Meio Ambiente de Vitória do Xingu, Cinthia Hoffmann, também reforçou a importância da escuta regional. “Com a COP 30 se aproximando, é fundamental que as discussões comecem aqui, na Transamazônica e no Xingu, onde vivemos diretamente os impactos ambientais”, ressaltou.
De acordo com Márcia Bueno, diretora de Projetos da ACBM, as propostas levantadas durante os três dias de debates serão reunidas em um documento a ser encaminhado às autoridades competentes.
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“Elaboramos uma relatoria com informações sobre as problemáticas, o financiamento e as soluções propostas. Queremos que a voz da Transamazônica e do Xingu esteja representada nas decisões da COP 30”, afirmou Márcia.
Representando a Defesa Civil de Vitória do Xingu, Elza Dallagua destacou a relevância das discussões para o planejamento das ações futuras. “Esse evento é de grande valia, pois traz as prerrogativas que serão debatidas na COP 30 em Belém e que podem ser aplicadas no dia a dia das comunidades”, disse.
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A presidente da Associação Comercial, Industrial e Agropastoril de Altamira (Aciapa), Edina Loraschi, também elogiou a iniciativa.
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“Parabenizo a ACBM por promover esse debate tão importante. Acredito que o melhor caminho é a prevenção, e defendo que o tema da sustentabilidade seja levado às escolas municipais da região”, afirmou Edina.
O professor José Herreira, da Universidade Federal do Pará (UFPA), um dos parceiros da ACBM na organização do evento, também destacou o êxito da iniciativa. “Foram três dias de muito debate, informação e comprometimento. As prefeituras enviaram seus secretários e representantes, o que mostra o engajamento com o tema. A ACBM está de parabéns pelo evento”, pontuou.
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O secretário executivo da ACBM, Hiran Júnior, aproveitou a oportunidade para agradecer o apoio das instituições parceiras.
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“Quero agradecer à Universidade Federal do Pará, na pessoa do professor Herreira, que nos ajudou na organização do evento, e a todos que contribuíram para a realização deste encontro. A entidade está de portas abertas para o diálogo e a cooperação”, concluiu o secretário executivo da ACBM, Hiran Júnior.
Por Wilson Soares – A Voz do Xingu
