Professores da rede municipal de ensino de Altamira, no sudoeste paraense, continuam em greve, mesmo após uma sentença judicial que obriga os servidores a retornar às atividades. Na manhã desta segunda-feira, 17, após uma assembleia na sede do Sindicato, os grevistas foram até o prédio da Secretaria de Educação do Município, onde ocuparam o pátio por cerca de duas horas.
Agentes da Secretaria de Segurança Pública do município e policiais militares foram acionados e acompanharam de perto a manifestação dos professores. O coordenador do SINTEPP em Altamira, Fabiano Vitoriano não considera ter sido notificado da decisão do desembargador que deu 48 horas para o fim da greve. A notificação foi feita pelo oficial de justiça por WhatsApp.
A Procuradoria Geral do Município protocolou, na tarde deste domingo, junto ao Ministério Público do Estado do Pará, uma denúncia contra o coordenador do SINTEPP, Fabiano Vitoriano, alegando crime de desobediência à decisão judicial.
A greve dos professores concursados iniciou na última terça-feira, 11, para exigir um aumento do salário-base para que seja equiparado ao piso nacional da categoria, além de outras melhorias para o setor educacional. Já a prefeitura de Altamira diz que nenhum professor do município recebe menos que o piso.
Sem acordo até o momento, uma nova assembleia dos grevistas está marcada para acontecer na manhã desta terça-feira. Eles pretendem ir até a sessão da Câmara Municipal, a partir das 9 horas.
Após a manifestação, a Prefeitura de Altamira divulgou uma nota oficial:
“A Prefeitura de Altamira, por meio da Secretaria Municipal de Educação, respeita todo tipo de manifestação e reitera diálogo aberto com a categoria. Porém, faz esclarecer que o ato de ocupação do prédio da Secretaria, na manhã desta segunda-feira (17), é um retrato de desobediência pelo Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras da Educação Pública do Pará (Sintepp).
A manutenção da greve é ilegal e representa uma afronta à decisão da Justiça que, na última quinta-feira (13) determinou suspensão imediata do movimento, além do retorno dos professores concursados que aderiram à paralisação.
A Prefeitura de Altamira também informou que se mantém tranquila e integralmente embasada na legalidade, a fim de dar andamento ao debate que ajude a nortear a Secretaria de Educação na construção de uma carreira mais digna e mais bem remunerada aos profissionais”.
Por Wilson Soares – A Voz do Xingu
