De 1º de janeiro até 14 de abril deste ano, policiais militares do Batalhão de Polícia Ambiental realizaram 566 resgates de animais. Em 2019, foram 1.920 animais resgatados pelo BPA, unidade da Polícia Militar especializada na área ambiental. “A estimativa é que, neste ano, haja um número maior de capturas”, disse, nesta terça-feira (21), o subcomandante do BPA, major Diego Freitas. Nos últimos quatro anos, eles apreenderam 1.131 serpentes não peçonhentas – foram 569 jiboias e 562 sucuris. O major Freitas explicou que o BPA realiza o policiamento ostensivo e a repressão e fiscalização aos crimes ambientais. Tem atuação em todo o Pará, mas com ênfase principal na região metropolitana de Belém nos casos de resgates de animais silvestres.
Na tarde de 13 de abril, no Barreiro, em Belém, uma sucuri de 3,5 metros apareceu no banheiro de uma residência que fica em uma vila de casas. Uma guarnição do BPA resgatou o animal. “Ela apareceu na residência. São tipos de ocorrências normais no BPA, assim como para a população de algumas áreas”, explicou. Sobre o aparecimento desses animais nas residências, o major Freitas citou, por exemplo, o crescimento urbano desordenado, próximo a locais de matas e florestas. “No primeiro semestre, em nosso Estado, há o período chuvoso, um clima frio, e as cobras vivem nesse clima úmido”, disse.
Também mencionou o descarte de lixo em locais inapropriados, ocasionando o aparecimento de roedores e, por consequência, das serpentes, das cobras. “Por causa do lixo descartado de forma inapropriada nos grandes rios, que hoje se tornaram hoje canais em nossa cidade, os canais vão enchendo e, por consequência, vão alagando a cidade, ocasionando o aparecimento (dos animais)”, disse o major Freitas.
Que não tem conhecimento pode causar maltratar os animais
Quando esses animais silvestres aparecem nas residências, ou em vias públicas, as pessoas devem ligar imediatamente para o 190, que vai acionar uma unidade do BPA. Também podem ligar para o 181, mas, neste caso, para fazer denúncias sobre o comércio de animais silvestres. Ele explicou que os militares do BPA recebem treinamento específico para realizar o manejo de animais silvestres, salvaguardando, principalmente, a integridade física desse animal. “Caso contrário, uma pessoa que não tenha a noção do treinamento, que não tenha conhecimento específico, ao tentar fazer esse manejo pode acontecer um acidente com ela. Ou ela colocar em risco a vida desse animal e, ainda, incorrer em crimes de maus-tratos aos animais silvestres”, alertou.
Ao resgatar o animal, e verificar que ele está em boas condições de saúde, os militares do BPA os encaminham para o Refúgio de Vida Silvestre (REVIS), que fica em Marituba, onde ele é devolvido à natureza. Essa unidade tem como principal objetivo proteger ambientes naturais para que sejam asseguradas condições de existência ou reprodução de espécies ou comunidades da flora e da fauna residente ou migratória.
Mas, se o animal está com alguma debilidade, é levado para o quartel do BPA, localizado na avenida João Paulo II, próximo ao Parque Estadual do Utinga (Peut), no bairro Curió-Utinga. E, do quartel, ele será destinado a alguma instituição parceira, que possa cuidar e tratá-lo da melhor possível. Nesses casos, os parceiros são UFRA, UFPA, Bosque, Museu Goeldi. No Parque Ambiental (do Utinga), que tem uma área grande, é costumeiro fazermos apenas a soltura de aves. Mas, quando são animais silvestres de grande porte, fazemos isso lá no Revis (em Marituba)”, explicou o major Freitas.
RESGATES EM NÚMEROS:
2019: 1.920 animais resgatados pelo BPA.
De 1 de janeiro de 2020 até o dia 14 de abril: 566 resgates.
Serpentes não peçonhentas resgatadas nos últimos quatro anos:
Total: 1.131. Foram 569 jibóias e 562 sucuris.
Jiboias:
2016: 95
2017: 166
2018: 166
2019: 142
Sucuris:
2016: 118
2017: 145
2018: 145
2019: 154
Fonte: BPA
