A menos de 20 dias para o segundo turno das eleições 2022, quando os brasileiros decidirão quem será o chefe do executivo do país pelos próximos quatro anos, fraudes envolvendo o título de eleitor se tornam comuns, como o ‘golpe do título cancelado’. De acordo com o delegado da Polícia Civil do Pará, Arthur Nobre, estelionatários se aproveitam de épocas específicas para adaptar os golpes, não sendo diferente nas eleições.
O golpe do título cancelado é uma prática realizada, geralmente, via mensagem eletrônica, seja SMS ou por meio de aplicativos de conversa online, como o Whatsapp. Nesse golpe, os fraudadores mandam mensagens às vítimas informando que o título foi cancelado, quando, na verdade, não foi.
Geralmente, junto à mensagem é enviado um link malicioso que, ao clicar, possibilita que os dados dos usuários sejam roubados. Com isso, os golpistas buscam informações como CPF, dados das contas bancárias e todos os documentos que estiverem no celular ou computador para realizar transações financeiras ilegais.
De acordo com o Indicador de Tentativas de Fraude da Serasa Experian, a cada 7 segundos algum brasileiro foi vítima de uma tentativa de fraude só no mês de fevereiro de 2022. No total 326.290 brasileiros foram alvo de golpistas nesse período.
O delegado da Polícia Civil do Pará, Arthur Nobre, afirma que golpistas e estelionatários sempre estão de olho nas oportunidades sazonais para tirar vantagem. No período eleitoral, golpes envolvendo o título de eleitor não são uma surpresa:
“O estelionatário se aproveita de uma situação específica, seja nas eleições, seja no golpe do bilhete premiado, ou qualquer tipo de golpe. Ele se aproveita de um momento de vulnerabilidade da vítima”, comenta.
Por isso, neste momento específico que pode ser usado por criminosos para criar vantagens falsas, a autoridade policial orienta: “Se chegar alguma mensagem, não clique em nenhum link, procure a Justiça Eleitoral, o órgão competente, como o TRE, onde terão servidores específicos para atender e dar a informação”.
Veja outras formas usadas pelos golpistas para roubar dados
Spear phishing – são e-mails ou mensagens personalizados, que utilizam informações encontradas na internet, como cargo, empresa que a pessoa trabalha, entre outros. Isso passa confiança no e-mail enviado pelo hacker e eventualmente disponibiliza suas informações.
Clone phishing – é a clonagem de e-mails reais de instituições ou órgãos governamentais do país, alterando os links e anexos contidos no conteúdo do e-mail para que, quando a pessoa acesse, seus sistemas sejam hackeados.
Phone phishing – utiliza de ligações, se passando por representantes e colaboradores de empresas conhecidas, informando a necessidade de alguma ação ou problema, insistindo para que a pessoa confirme seus dados e forneça informações confidenciais.
Pharming – sites falsos, praticamente iguais aos legítimos, que direcionam os usuários para uma plataforma falsa ou um um link, e então softwares maliciosos, como malwares, são instalados nos computadores dos visitantes. Durante o login, essas pessoas têm seus dados pessoais, como login e senhas, roubados, permitindo com que os fraudadores realizem o roubo de identidade.
Algumas precauções para não cair em golpes
– Desconfie, seja de ligações, de e-mails ou mensagens. Cheque sempre as informações, se os links estão corretos, se o endereço de e-mail tem a extensão correta;
– Crie senhas exclusivas e troque-as constantemente, além de monitorar seus registros;
– Use ferramentas de proteção que aplicativos, redes sociais e demais ferramentas fornecem, como autenticação de dois fatores;
– Bloqueie seu telefone com senha, impressão digital ou ative o reconhecimento facial;
– Reduza o compartilhamento em redes sociais de informações, quanto menos dados compartilhar no ambiente online, menores os riscos.
Fonte: O Liberal