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Mobilização nacional reforça importância do rastreio do câncer de intestino

Especialista do Barros Barreto ressalta que colonoscopia deve ser realizada rotineiramente a partir dos 45 anos

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O Instituto Nacional de Câncer (INCA) prevê para o período entre 2023 e 2025 cerca de 45 mil novos casos de câncer de intestino no Brasil, número que ressalta a urgência de ações preventivas em todo o país. Isto porque o câncer colorretal é altamente prevenível e tratável quando detectado em estágios iniciais. Por isso mesmo, a campanha nacional Março Azul dedica-se à mobilização de profissionais de saúde e sociedade civil como uma forma de alertar a população sobre a importância do rastreamento e diagnóstico precoce da doença. 

Atualmente, cerca de 85% dos casos são diagnosticados em fases avançadas no país, o que reduz significativamente as chances de cura e aumenta os custos e complexidade do tratamento. Em Belém (PA), o Hospital Universitário João de Barros Barreto (HUJBB), integrante do Complexo Hospitalar da UFPA/Ebserh, é uma das referências no Sistema Único de Saúde (SUS). A unidade de saúde oferece atendimento completo – do diagnóstico à cirurgia. 

A doença

O câncer colorretal não dá sintomas em fases precoces. Porém, ao avançar, esses sinais podem variar dependendo da parte do intestino em que se localiza o tumor. Alterações como constipação ou diarreia, mudança na consistência das fezes, presença de sangramento, sangue vivo ou fezes escurecidas, dores abdominais, náuseas, vômitos e até quadros de obstrução intestinal são exemplos.

Alguns hábitos de vida contribuem para o desenvolvimento da doença, como dieta rica em gordura e pobre em fibras, consumo excessivo de carnes vermelhas e alimentos processados, baixo consumo de frutas e vegetais, obesidade, sedentarismo, tabagismo e etilismo. Doenças inflamatórias intestinais, presença de pólipos intestinais e síndromes genéticas – como Síndrome de Lynch e Polipose Adenomatose Familiar – também são fatores de risco, além de histórico familiar de câncer colorretal, principalmente se parentes de primeiro grau e diagnóstico com menos de 50 anos. 

Tipos

O câncer colorretal pode manifestar-se de diferentes formas, dependendo do tipo de célula envolvida e da região afetada. O adenocarcinoma representa cerca de 95% dos casos e, geralmente, desenvolve-se a partir de pólipos adenomatosos, crescimentos anormais na mucosa do intestino grosso considerados lesões pré-cancerosas.

Tratamento

Durante a colonoscopia, caso seja identificado algum pólipo ou lesão suspeita, o médico coleta uma amostra do tecido para análise laboratorial. Se confirmado o diagnóstico de câncer, são realizados exames adicionais para determinar o grau de avanço do tumor e se há disseminação para outros órgãos, segundo explica o chefe da Unidade de Oncologia e Hematologia do Barros Barreto (HUJBB/UFPA), o oncologista Bruno Melo Fernandes. 

O tratamento vai depender do estágio da doença. “O HUJBB oferece quimioterapia, radioterapia, oncologia e cirurgia de aparelho digestivo para tratamento do câncer colorretal. Os pacientes são, então, encaminhados para avaliação multidisciplinar para que seja montado o plano terapêutico, seja com cirurgia, quimioterapia ou algum outro tratamento combinado”, explicou Melo Fernandes.  

Em casos específicos, principalmente quando o câncer acomete a porção próxima ao canal do ânus, pode ser necessária uma cirurgia de amputação abdominoperineal. “Esse procedimento envolve a retirada da região do esfíncter anal, o que torna indispensável a colostomia (procedimento cirúrgico que cria uma abertura no abdômen) definitiva. Embora essa condição possa afetar a qualidade de vida e exija cuidados específicos, não impõe restrições alimentares significativas nem impede o paciente de trabalhar ou manter sua independência”, enfatizou o oncologista. 

Campanha

Neste ano, a campanha Março Azul, promovida pela Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva (Sobed) e pela Sociedade Brasileira de Coloproctologia (SBCP), traz como tema “Chegou a Hora de Salvar a sua Vida”. O objetivo é alertar homens e mulheres para o cuidado preventivo. O câncer de intestino, também chamado de colorretal e colón, é o segundo mais comum no país, ficando atrás somente dos cânceres de mama e de próstata – excluindo o câncer de pele não melanoma.  

Sobre a Ebserh

O CHU-UFPA faz parte da Rede Ebserh desde 2015. Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Ebserh foi criada em 2011 e, atualmente, administra 45 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência. Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) ao mesmo tempo que apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas e inovação. 

Fonte: Unidade de Comunicação Regional 13 (PA/AP)

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