Hamilton Mourão, vice-presidente da República e presidente do Conselho Nacional da Amazônia Legal (CNAL), deu uma coletiva na manhã desta quarta-feira, 18, em Altamira. Ele chegou à cidade na noite de terça-feira, 17, acompanhado do chefe de Operações Conjuntas do Ministério da Defesa, almirante de esquadra Petronio Augusto, e do general Negraes, comandante do Comando Conjunto Militar do Norte. Mourão passou terça-feira na região da Serra do Cachimbo e no município de Novo Progresso, às margens da BR-163, e depois seguiu para Altamira, aonde chegou no início da noite desta terça.
Depois de apresentar os resultados da Operação Samaúma, o vice-presidente concedeu entrevista coletiva, no 51º Batalhão de Infantaria de Selva (51º BIS). Mourão destacou a obrigação do Brasil de reduzir os gases de efeito estufa, além do desmatamento. “Dentre das obrigações determinadas que o Brasil assumiu no acordo em Paris, estão reduzir a emissão de gás de efeitos estufa em 37% em relação ao ano de 2005 até 2025; reduzir em 43% até 2030; e acabar com desmatamento ilegal em até 2030. Então, hoje, o desmatamento ilegal é em torno de 70% na Amazônia. Nós temos nove anos para ir zerando”, disse Mourão.
Ele destacou ainda que Altamira reúne terras indígenas, áreas de conservação e terras públicas, e que essas três vertentes têm de ser trabalhadas de forma correta. “O município é hoje muito dependente do extrativismo. Quais são os grandes produtos aqui? Extração de minérios, notadamente o ouro, a cassiterita, a questão da exploração da madeira, e uma pecuária extensiva, que é outra coisa temos que lidar. Então, vamos ter que investir nesse tripé para que a gente consiga com que Altamira entre dentro dos parâmetros da legislação”, disse o vice-presidente.
De acordo general Negraes, responsável pelo Comando Militar do Norte, a meta da Operação Samaúma era reduzir em 10% os ilícitos ambientais, em relação ao mesmo período do ano passado. Mas, segundo ele, os dados apontam redução de 30%. Por isso, o Ministério da Defesa acredita que o decreto que mantém a Garantia da Lei e da Ordem até o final de agosto não deva ser renovado. Depois desse período, o Ministério daria apoio às agências responsáveis pela fiscalização, Ibama, ICMBio e Funai, para dar continuidade ao Plano Amazônia.
O chefe de Operações Conjuntas do Ministério da Defesa, Petronio Augusto, disse que “o Ministério da Defesa espera que no final de agosto, com o término do decreto, a gente continue a contribuir com as agências responsáveis diretamente ao tema, na condução ou execução desse plano, que se chama Plano Amazônia 2021/2022, continuando as atividades que ora estão sendo realizadas”.
A vinda do vice-presidente ao Pará tem como objetivo acompanhar os resultados da Operação Samaúma, que visa a combater crimes ambientais e fundiários na floresta amazônica. As ações ocorrem nos municípios paraenses de Itaituba, Jacareacanga, São Félix do Xingu, Trairão, Novo Progresso e Altamira, sendo que esses dois últimos são os municípios onde estão concentradas as ações da operação.
Resultados
De acordo com informações divulgadas pelo vice-presidente, a atuação das Forças Armadas, em coordenação com o CNAL, e articulada com os órgãos e entidades de proteção ambiental e de segurança pública, resultaram em 520 reconhecimentos e patrulhas e em torno de 100 ações preventivas e repressivas contra delitos ambientais.
Dentro da operação, também foram apreendidos quase 6 mil m3 de madeira, três embarcações, 50 maquinários de serraria e 13 tratores, dentre outros, o que resultou na aplicação de 111 multas no valor de 57 milhões de reais.
Essa matéria está sendo atualizada. Acompanhe para mais informações sobre a visita do presidente ao Pará.
Fonte: O Liberal