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Papa Francisco descarta a possibilidade de ordenação de homens casados como padres na região amazônica

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A possibilidade de ordenar homens casados havia sido aprovada, por 128 votos a 41, no sínodo da Igreja sobre a Amazônia, em outubro passado, mas não agradou a alguns membros da Igreja, que temiam que isso pudesse levar a uma mudança no compromisso secular de celibato entre os padres. Mas a proposta não é nem mencionada no texto, de 32 páginas, que foi publicado nesta quarta-feira, 12, sobre o encontro de nome de “Exortação Apostólica Pós-Sínodo”.

Uma exortação apostólica serve para instruir e encorajar os fiéis católicos, mas não define a doutrina da Igreja. No texto, em vez de falar da possibilidade de ordenação para esses homens, o pontífice diz que novas maneiras devem ser encontradas para incentivar mais padres a trabalhar na região remota e permitir papéis maiores para leigos e diáconos permanentes, assim como para mulheres.

Homens casados podem se tornar diáconos, que, como padres, são ministros ordenados. Eles podem pregar, ensinar, batizar e administrar paróquias, mas não rezar a missa. Por causa disso, em ao menos 85% das aldeias amazônicas as pessoas não podem participar da liturgia todas as semanas – e algumas não o fazem há anos, segundo a agência Reuters.

“Isso nos levaria a clericalizar as mulheres, diminuir o grande valor do que elas já realizaram e, sutilmente, tornar sua contribuição indispensável menos eficaz. As mulheres contribuem para a Igreja de uma maneira que é adequadamente sua, ao tornar presente a tenra força de Maria, a Mãe”, acrescentou o pontífice.

Conservadores temiam que, se Francisco aceitasse a proposta, outros lugares com escassez de padres seguiriam o mesmo caminho, até mesmo em países desenvolvidos, como a Alemanha, onde a questão está sendo discutida.

Mesmo antes dos encontros, o Vaticano enviou duas cartas aos alemães para deixar claro que eles não determinam como esses temas devem ser abordados, mas os encontros, chamados de “caminho sinodal”, começaram apesar dos alertas.

Em Janeiro, um livro publicado pelo cardeal guineense Robert Sarah sobre o celibato clerical trouxe o assunto mais uma vez à tona, dessa vez envolvendo o Papa Emérito Bento XVI. Na obra, em que o pontífice emérito aparece como coautor, Sarah defende a manutenção do celibato pelo clero. Mas Bento XVI afirmou que não era coautor do livro, e pediu que seu nome fosse retirado dele.

 

Fonte: G1

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