Na manhã desta quarta-feira (26/3), os indígenas da etnia Munduruku retomaram o bloqueio da BR-163, no km 25, próximo a Itaituba, no Pará, em protesto contra a Lei 14.701/23, que trata do reconhecimento, demarcação, uso e gestão das terras indígenas. A Polícia Rodoviária Federal (PRF) já está no local, mas os indígenas permanecem firmes em seu protesto, que começou por volta das 10h30.
A lei, que também institui o Marco Temporal, será debatida ainda nesta quarta-feira (26/3) na Câmara de Negociação do Supremo Tribunal Federal (STF). Para os povos indígenas, a 14.701/23 é considerada uma “Lei do Genocídio Indígena”.
Durante a manifestação, troncos de árvores foram colocados no meio da rodovia para bloquear o tráfego e dificultar o acesso dos motoristas. Em um vídeo gravado por um dos protestantes, é possível ver o momento exato em que a via é interditada, gerando tumulto e causando interrupção no fluxo de veículos. Confira:
Esse bloqueio ocorre após um protesto similar realizado na madrugada da última terça-feira, quando o mesmo trecho da Transamazônica foi interditado pelos indígenas Munduruku do Alto e Médio Tapajós. Alessandra Korap, uma das líderes do movimento, afirmou que o grupo continuará com a manifestação até que o ministro Gilmar Mendes, do STF, ouça as demandas dos povos indígenas e revogue a Lei 14.701/23, considerada pelos manifestantes como inconstitucional.
A BR-163, também conhecida como Santarém-Cuiabá, é uma das principais vias de escoamento da produção do agronegócio na Amazônia, sendo utilizada para o transporte de grandes quantidades de grãos, como soja e milho, para os portos do litoral brasileiro para exportação. (Com informações de O Liberal).