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Prefeito de Altamira anuncia onde será construído o Hospital de Campanha; local pode não ser o correto, segundo especialistas.

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De acordo com nota publicada pela prefeitura de Altamira nas redes sociais na manhã desta quarta-feira, 20, a prefeitura já teria começado a tomar as primeiras providencias em relação ao Hospital de Campanha que deve ser construído no município conforme convênio assinado no dia de ontem,19, com governo do Estado. A nota afirma também que já foi feito um chamamento público de empresas construtoras para a devida seleção. No comunicado assinado apenas com as iniciais “DJ”, do prefeito Domingos Juvenil, ele afirma que o referido hospital será construído numa área que existe ao lado do Centro de Eventos.

A expectativa de quem trabalha na área da saúde era que a prefeitura fosse utilizar alguma estrutura já existente no município, como a do próprio Centro de Eventos, que é toda climatizada e bem ampla, mas de acordo com a nota da prefeitura, o gestor preferiu requerer a uma nova estrutura.

A decisão da escolha do local teria partido apenas do prefeito, ou seja, ele não teria consultado ninguém da área da saúde e nem a sociedade. A decisão vai de encontro até mesmo com a sugestão do governador Helder Barbalho, que sugeriu que o hospital de campanha fosse construído no terreno do Hospital Regional da Transamazônica. “Para que não haja custo para prefeitura em aquisição, nós estamos disponibilizando o terreno do Hospital Regional para que seja feito ali o Hospital de Campanha. Até porque nós estamos falando de um hospital que vai funcionar por três meses. Por isso, usar o terreno do Hospital Regional nesse momento me parece ser a estratégia e a alternativa”, disse o governador, durante assinatura do convênio, nesta terça-feira, 19, em Altamira.

Especialistas em saúde, defendem que se o Hospital de Campanha, que terá 50 leitos clínicos e 10 UTIs, tiver profissionais capacitados e equipamentos necessários que exigem uma UTI, como por exemplo respiradores, o local do Hospital de Campanha não interfere na qualidade do serviço que será prestado a população, mas se for para continuar dependendo do Hospital Regional para a realização de exames laboratoriais, a construção do hospital de campanha longe do Regional será uma perda de tempo e de recursos.

“UTI não é simples. A estrutura também não é simples. O Regional teria condições de transformar hoje 10 leitos de enfermaria em leitos de UTI. Só precisa de custeio e equipamentos. Tem uma rede de gases necessária para o uso de ventiladores mecânicos e serviço de manutenção especializada para isso. O laboratório do Regional é o único com capacidade de realizar gasometria arterial, sem o qual não é possível ajustar os parâmetros do ventilador mecânico. Precisa também de pessoal e equipamentos especializados para isso e o Regional já dispõe de tudo isso. Só precisaria ampliar”, disse um médico que está na linha de frente contra a pandemia.

Antes da vinda do governador ao município já existia uma proposta ofertada por um hospital particular do município, que ofereceu uma estrutura já pronta com 50 leitos e podendo construir 10 UTIs, no valor de R$ 300 mil/mês. Mas por questões políticas a proposta não foi concretizada.

A ideia de não acatar a sugestão do governador em montar o hospital de campanha do lado do Regional também pode estar relacionada a questões políticas locais.

A escolha de um local ideal para se montar o Hospital de Campanha é considerada fundamental nesse momento, pois tanto poderá evitar que os pacientes fiquem se deslocando por um grande percurso, quanto para a agilidade na disponibilidade da estrutura, uma vez que os leitos já estão praticamente lotados com pacientes de toda a região, vítimas da covid-19.

Por: Wilson Soares – A Voz do Xingu

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