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Profissionais de Saúde que atuaram no HC de Altamira protestam em frente à Prefeitura e a Sespa em busca de seus salários e indenizações

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Profissionais de saúde que atuaram no Hospital de Campanha de Altamira e que não receberam voltaram as ruas nesta quinta-feira, 08, para exigir seus salários e indenizações trabalhistas.

Logo cedo, o grupo se reuniu em frente ao Centro de Convenções do município, local onde funcionou a unidade de saúde. Com faixas e cartazes os profissionais de saúde seguiram até a sede da Prefeitura de Altamira, onde fizeram um ato pacífico para chamar atenção do gestor municipal. “Viemos aqui pra frente da prefeitura pra ver se a gente consegue chamar atenção dele, né? Para que ele (prefeito) se pronuncie, dê uma informação concreta pra gente a respeito do nosso salário, sobre o que dinheiro que eles tem que repassar para empresa IPG pagar a gente, né? Porque ninguém se pronuncia. Nosso diretor ligar pra eles e eles não atendem. E a gente quer uma resposta né?, desabafou Raylane Saboia, que atuou no setor de higiene e limpeza do hospital.

Os profissionais fixaram vários cartazes nos portões da prefeitura, exigindo explicações para onde teria ido os milhões de reais destinados a saúde do município.

Depois de quase uma hora em frente à sede da prefeitura, o prefeito Domingos Juvenil (MDB), resolveu autorizar a entrada de todos profissionais para uma reunião em seu gabinete. “Não tivemos ainda uma reposta de fato satisfatória. O que o prefeito nos pediu é para amanhã trazermos aqui os valores da nossa folha de pagamento e das rescisões né, mas assim, não tivemos nenhuma confirmação de que esse pagamento vai ser repassado. Ele simplesmente não se posicionou. Na verdade segundo palavras do prefeito não é uma responsabilidade da prefeitura, então foi essa a resposta, uma vez que nós estamos oficialmente registrados através de uma OS, que é fato né?. Mas nós entendemos que a empresa que nos contratou também não tem como nos pagar se não receber. Seja do município ou do Estado. Então resumindo nós estamos nesse joguinho de empurra pro município, empurra para o Estado”, frisou Eliana Cunha, analista de RH do hospital.

Não satisfeitos com a resposta do prefeito, os profissionais seguiram até a sede do 10º Centro Regional de Saúde do Pará – (Sespa-Altamira), onde também fixaram cartazes exigindo o pagamento de seus salários que estão há mais de 40 dias atrasados. O diretor do Centro de Saúde, Maurício Nascimento, não se encontrava no prédio, e nada acabou sendo resolvido.

Em meio a essas manifestações, a prefeitura aproveitou que não tinha ninguém no local onde funcionou o hospital de campanha e mandou retirar os equipamentos hospitalares e os remédios que restaram no prédio.  Nossa equipe flagrou que a maioria dos móveis e equipamentos que foram adquiridos para o HC sequer foram retirados das embalagens plásticas.

Fruto de um convênio entre a Prefeitura de Altamira e o Governo do Estado, o HC de Altamira foi orçado em R$ 8,1 milhões de reais e funcionou entre o período de 17 julho a 30 de setembro. Atendeu 147 pacientes com coivid-19 e deixou para trás dívidas referentes a dois meses de salários atrasados dos profissionais de saúde (enfermeiros e médicos), fornecedores de serviços de lavanderia; laboratório de análises clínicas; fornecedores de alimentação; supermercados locais, além de outros prestadores de serviços. Segundo informações apuradas pelo site A Voz do Xingu, o instituto Panamericano de Gestão – (IPG) que gerenciou o HC, teria recebido até o momento apenas R$ 2,5 milhões dos recursos previstos.

Em nota a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa-Belém) informou que fará o repasse pendente assim que a prefeitura de Altamira cumprir com a documentação necessária ao contrato que ainda permanece pendente. A Sespa ressalta que a contratação da OS é de responsabilidade do município.

Por Wilson Soares – A Voz do Xingu

Fotos: Wilson Soares

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