Cerca de duas a cada dez pessoas desocupadas no Pará estão há mais de dois anos procurando emprego. Segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, divulgados ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), são 62 mil paraenses nessa situação, o que corresponde a 14,5% do total de 427 mil desempregados no Estado no 2º trimestre de 2018.
Na comparação com os mesmos três meses do ano passado, houve um incremento de duas mil pessoas no total de paraenses que estão desempregados há mais de dois anos. No entanto, em relação ao primeiro trimestre de 2018, foi verificada uma queda de 13 mil pessoas nesse montante. Desde o início da crise econômica, em 2014, o contingente nessa situação cresceu quase 30%.
Do total de desempregados no Pará, a maior parte – 215 mil – estão procurando trabalho há mais de um mês e a menos de um ano. Outros 39 mil entre um e dois anos, e 111 mil há menos de um mês. Essa população que procura emprego há mais de dois anos é equivalente, por exemplo, a toda a população do município de Ipixuna do Pará, o 27º mais populoso do Estado (62.237). Já se considerar todos os paraenses que buscam uma oportunidade no mercado de trabalho há mais de um ano (101 mil), esse número se aproxima da 16ª maior cidade do Estado, Tailândia, com 103 habitantes.
Em todo o País, são 3,16 milhões de brasileiros procuram emprego há mais de 2 anos. Ao contrario do Pará, que sofreu redução na comparação com o trimestre imediatamente anterior, o número nacional é o maior da série histórica da pesquisa, iniciada em 2012. São 24% do total de desempregados no país, que ficou em 13 milhões no 2º trimestre. Proporcionalmente, Amapá é o Estado que tem a maior população de desempregados procurando emprego há mais de 2 anos. Lá, 49,3% dos desempregados estão nesta condição. Em São Paulo, são 830 mil desempregados sem oportunidade há mais de dois anos, o que corresponde a 24,2% deste contingente.
Em números absolutos o Pará, surge com o 16º maior montante nacional, enquanto pela proporção, tem a terceira menor marca, atrás do Piauí (3,9%) e Minas Gerais (12%).