Nesta quarta-feira (22) completa um ano do naufrágio do barco Capitão Ribeiro em Porto de Moz, sudoeste paraense, e familiares das 23 vítimas ainda esperam pela punição dos envolvidos. Os donos da embarcação aguardam julgamento em liberdade. Nesta terça-feira (21) foi realizada a primeira audiência de instrução do caso.
A cena da embarcação que naufragou no rio Xingu ainda choca. Ela não tinha autorização para fazer o transporte intermunicipal de passageiros, mesmo assim continuou operando em um trecho duas vezes maior que o autorizado pela Capitania dos Portos. A irregularidade parou só depois do naufrágio em agosto do ano passado.
Das 23 pessoas que morreram, 17 eram de Porto de Moz. O dono da embarcação e a esposa dele foram denunciados pelo Ministério Público por homicídio doloso, quando se assume o risco de matar, e pelo crime de perigo na navegação.
“A gente já ouviu todas as vítimas da cidade de Porto de Moz que foram arroladas. E como o acusado (dono da embarcação) não reside na localidade de Porto de Moz, foi expedida carta precatória para ele ser ouvido na cidade de Santarém. Essa oitiva será realizada em setembro”, disse a promotora de Justiça Juliana Félix.
Aucimar e Audilene Silva Ribeiro estão proibidos de exercer a atividade de transporte de cargas e de pessoas. Como não possuem antecedentes, não estão presos. Mas a promotoria pretende que o caso vá a júri popular.
“Inclusive as provas documentais já produzidas no processo são suficientes. As testemunhas estão sendo ouvidas, a maioria vítimas do acidente. Essas vítimas só estão corroborando com todo o arcabouço documental do Ministério Público”, explicou a promotora.
A Justiça ainda irá definir se realmente o caso vai a juri popular.