Um estudo da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) aponta que o retorno das aulas no Pará pode acarretar uma segunda onda de infecção da Covid-19 no estado. De acordo com a pesquisa, o Pará possui a nona maior população de idosos e adultos no grupo de risco do Brasil, que convivem com crianças e adolescentes. Por conta disso, o possível contato dessas pessoas com o vírus pode aumentar o número de casos graves da doença no estado.
“Essa população, como é de maior risco, não teria como manter o isolamento com a retomada das aulas. Essas crianças estariam indo pra escola e, inevitavelmente, poderiam voltar pra casa com o vírus e essa população de risco poderia se infectar”, aleta o pesquisador da Fiocruz Diego Xavier.
Apesar de ainda não ter uma data fixada para o retorno das aulas presenciais, muitas escolas particulares já estão realizando a desinfecção das estruturas e garantindo os protocolos de distanciamento social. A partir de agora, as aulas devem acontecer com carteiras afastadas, protocolos de segurança na entrada das aulas e capacidade de alunos por sala reduzida.
No entanto, a Fiocruz alerta que, mesmo que a escola adote medidas de segurança, a situação do transporte público e a falta de controle desses alunos fora de casa pode aumentar o risco de contaminação por Covid-19.
“O vírus se aproveita do volume de pessoas circulando. Além disso, a volta as aulas coloca muito mais gente na rua. Esse passo é perigoso porque os governantes desmobilizaram o sistema de saúde. Caso ocorra uma segunda onda, não teremos hospitais suficientes”, conta o pesquisador.
Na rede pública estadual, a data de retomada das aulas foi adiada. Até o dia 15 de agosto o governo deve se posicionar com uma nova previsão. Já a prefeitura de Belém anunciou o dia 1º de setembro para a possível retomada das aulas presenciais.
Fonte: G1 Pará
