A Secretaria de Saúde Pública do Estado (Sespa) confirmou neste domingo (4) que contaminação de família com a doença de Chagas em Curralinho, no Marajó, foi por via oral pelo consumo de açaí. Sete pacientes foram diagnosticados com a doença. As vítimas são pai, mãe e filhos.
Os exames foram feitos pelo Hospital Municipal de Curralinho. O caso do pai foi encaminhado para uma análise mais detalhada no Laboratório Central, em Belém. O resultado deve sair em até 15 dias.
De acordo com a Sespa, os pacientes diagnosticados já estão em tratamento. A Sespa disse ainda que fará visitas em residências na comunidade e deve mobilizar agentes comunitários de saúde para ações sobre a manipulação adequada do açaí e prevenção da doença.
Consumo inadequado
Em outubro, a prefeitura de Belém divulgou um levantamento apontando que de 268 locais de venda de açaí na capital, apenas 28 foram considerados satisfatórios. A metade dos pontos de venda possuem o selo de qualidade para venda do produto.
Na maioria, segundo a prefeitura, foi verificada uma elevada quantidade de coliformes fecais, que demostra que não foi feita a etapa do branqueamento, e também foram encontrados fragmentos de insetos, indicando que a etapa do peneiramento não foi cumprida.
Um outro estudo divulgado em agosto pela Fundação Oswaldo Cruz(Fiocruz) identificou a presença de material genético (DNA) do parasito que transmite a doença de Chagas em alimentos que possuem o açaí como base e que são vendidos no Pará e no Rio de Janeiro.
O estudo analisou 140 amostras de alimentos à base de açaí e que foram coletadas em feiras e supermercados do Pará (2010 à 2015) e do Rio de Janeiro (2010 à 2012). A presença do material genético do parasito Trypanosoma cruzi foi detectada em 14 produtos, ou seja, 10% do total das amostras. O DNA do inseto que transmite o parasito, conhecido como barbeiro, também foi identificado em uma das amostras.