De acordo com Atlas da Violência 2020, documento divulgado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), o Pará está na 4ª posição entre os estados com mais casos de homicídios contra mulheres. Para cada 100 mil habitantes, o índice de assassinatos de mulheres é de 7,7. À frente do Pará estão Roraima (20,5), Ceará (10,2), e Acre (8,4).
Na última sexta-feira (23), uma esteticista de São Miguel do Guamá, nordeste paraense, viveu momentos de terror, proporcionados pelo ex-namorado, Alex Carneiro dos Reis Borges, de 33 anos. A mulher foi torturada, teve seu local de trabalho destruído e sofreu violência sexual.
Utilizando um martelo e uma faca, Alex foi até a clínica de estética de sua ex-namorada e esperou que ela realizasse o último atendimento, para ficar sozinho com a vítima. O homem disse que precisava ter uma conversa com a esteticista. Eles mantiveram um namoro por um ano e nove meses e a mulher havia rompido o relacionamento há pouco mais de uma semana.
Alex passou a agredi-la, com sufocamentos, empurrões e xingamentos. Descontrolado, o homem quebrou os equipamentos da clínica de estética, causando um prejuízo material estimado em R$ 20 mil. Com a faca, Alex cortou os longos cabelos ruivos da vítima, possivelmente na intenção de atacar ainda mais a autoestima da mulher.
A vítima ainda foi abusada sexualmente pelo agressor, que fugiu após os atos de barbárie. Desesperada, ela entrou em contato com o pai e o irmão, que vieram socorrê-la. O caso foi registrado na Delegacia de São Miguel do Guamá.
Um dia após as agressões, a esteticista usou suas redes sociais para divulgar um vídeo, no qual agradece a ajuda que vem recebendo e pede para que algumas pessoas evitem comentários que possam lhe causar ainda mais sofrimento. “As pessoas estão falando que o agressor dá sinal. Ele nunca foi agressivo comigo, pelo contrário, ele sempre foi muito carinhoso. As pessoas que estavam sempre próximas de mim ficavam ‘bestas’ do quanto ele me tratava bem, sempre foi uma pessoa presente. Não tinha como [imaginar que pudesse ser agredida], não teve esse sinal”, disse.
“Quero agradecer todo mundo que está ajudando. As primeiras pessoas foram as minhas amigas mais próximas, que começaram entre elas a fazer vaquinha online. Eu não tinha condições de pagar advogado, elas se comoveram e foram atrás para mim. Eu jamais esperava toda essa repercussão”.
Denuncie
O agressor ainda não foi localizado. Em nota, a Polícia Civil informou que instaurou inquérito para apurar o caso. Durante o procedimento, também foi solicitada medida protetiva para a vítima.
Caso você tenha alguma informação que possa levar a polícia a localizar o agressor, entre em contato com o disque-denúncia (181) ou com o Centro Integrado de Operações (190).
Outro serviço, mantido pelo Governo Federal, é a Central de Atendimento à Mulher. Ligue 180 para encaminhar denúncias de violência contra a mulher aos órgãos competentes, bem como reclamações.
Fonte: DOL