Com a necessidade de isolamento social em decorrência da pandemia, a população passou a ficar mais tempo on-line, acessando sites e redes sociais. Porém, do outro lado das telas dos celulares e computadores, criminosos se aproveitam deste momento para aplicar uma variedade de golpes virtuais. De acordo com o laboratório de cibersegurança da PSafe, os golpes financeiros continuam no topo da lista dos mais frequentes durante a pandemia. Somente no Brasil, foram registradas mais de 1,6 milhão de detecções em 2021, o que representa uma média de mais de 17 mil ataques ao dia. Na sequência, está a clonagem de WhatsApp que, segundo projeções do laboratório, vitimiza cerca de 15 mil brasileiros por dia.
No Pará, levantamento da Polícia Civil aponta que no ano de 2020 foram registradas 2.423 ocorrências de crimes praticados por meios cibernéticos. Já no período de janeiro a março deste ano, 515 boletins de ocorrência foram computados. “Esses tipos de golpes estão cada vez mais se modernizando e a cada situação que a população enfrenta, como pandemia ou outro problema social, a criminalidade encontra formas de se ajustar. Durante um certo tempo, e até hoje, as pessoas estão receosas de sair de suas casas e passam mais tempo usando as redes sociais, com isso os infratores passam a mudar seus delitos, já que não têm contato físico com a vítima. Desta forma, passamos a ter um boom de crimes virtuais neste período”, avaliou o delegado da Polícia Civil do Pará, Adriano Izídio.
Os temas mais utilizados pelos golpistas para atrair vítimas em ambos os golpes são as supostas promoções, falsas vagas de emprego e falso cadastramento em programas de auxílio do Governo. “Clonagem do WhatsApp, sequestros de contas do Instagram, do Facebook também são utilizadas para exigir valores. No WhatsApp são mais recorrentes, com clonagem através da obtenção do numeral de verificação. Os criminosos mandam uma solicitação do código de verificação e a vítima fornece o número. Há casos em que se passam por funcionários do Ministério da Saúde ou da Sespa (Secretaria de Estado de Saúde Pública), com entrevista sobre a pandemia e pedem um protocolo para a vítima. Com isso o criminoso acessa o WhatsApp e o usuário perde o acesso total do aplicativo, que é transplantado para o aparelho do infrator. Consequentemente, ele entra em contato com amigos e parentes e faz a solicitação de valores”, explicou.
Um dos principais desafios neste contexto, enfrentados pela Polícia para combater os crimes virtuais é acompanhar a evolução das técnicas que a criminalidade está adotando. De acordo com o caminhar da criminalidade, os investigadores também precisam acompanhar o modus operandi para combater estas ações. “Eles se modernizam muito rapidamente, no entanto, estamos tendo êxito a partir de várias operações realizadas pela Polícia, combatendo principalmente as fraudes bancárias”, contou Izídio.
Previna-se
– Ainda segundo o delegado, o maior objetivo da Polícia é prevenir este tipo de conduta, porém, muitos criminosos estão operando de outros Estados. “Por isso, sempre orientamos aos usuários que, primeiramente, desconfiem de tudo na internet e que não forneçam nenhum dado pois, a partir do momento em que a pessoa cai no golpe e transfere o dinheiro, fica mais difícil de recuperar”, adiantou Izídio.
– Outras orientações incluem evitar participar de entrevistas ou sorteios pelo WhatsApp, ativar todo o sistema de segurança das redes sociais, realizar a dupla verificação nesses aplicativos, não fornecer senhas de acesso ou código de verificação e não clicar em links de site ou de mensagens.
– Para denunciar os crimes digitais, a vítima pode se dirigir à diretoria de Crimes Cibernéticos, na Delegacia Geral da Polícia Civil, localizada na avenida Magalhães Barata, 209, no bairro de Nazaré.
Fonte: DOL