A Polícia Civil do Pará informou que realiza neste domingo (18) uma nova perícia no lugar onde ocorreu a queda de duas torres de transmissão de energia na BR-230, a Transamazônica. Segundo a polícia, a nova análise conta com a participação de técnicos do Centro de Perícias Científicas Renato Chaves. O relatório final da perícia será incorporado ao processo de investigação.
A queda das estruturas no sudoeste do Pará ocorreu na tarde de sexta (16). Sete pessoas morreram no acidente e outras três estão internadas no Hospital Regional de Altamira, cidade próxima da região da queda.
Torres de energia desabam no Pará: entenda o caso
Conforme apurou a reportagem, duas torres interligadas desabaram — as primeiras informações eram de que apenas uma torre tinha caído. Em cada uma das torres estariam pelo menos seis trabalhadores. Outros homens também trabalhavam na área e viram o acidente de perto.
O acidente deixou cinco mortos na hora, que ficaram presos às estruturas e mais de dez feridos. O primeiro atendimento às vítimas foi no Hospital Municipal de Pacajá, que teve de reforçar as equipes de saúde. Um dos trabalhadores que teve múltiplas fraturas morreu logo após dar entrada na unidade.
Quatro vítimas foram transferidas durante a noite para o Hospital Regional Público da Transamazônica, em Altamira, a 220 km de Pacajá. Um deles morreu dentro da ambulância durante o transporte, próximo a Belo Monte.
As vítimas que morreram no acidente são:
Luís Carlos Pereira, (MA)
Oziel da Silva Passos (SE), 27 anos
Expedito Bezerra dos Santos Filho (SE), 23 anos
Romário Santos (MA),
Fagner Martins da Silva (MA),
José Neponuceno Guimarães (morreu no Hospital de Pacajá), (PI)
Alex da Natividade Rodrigues (morreu a caminho do Hospital Regional da Transamazônica), (MA)
Investigações
Logo após o acidente, o delegado deu início às apurações e ouviu funcionários que presenciaram a queda das torres. A principal linha de investigação é acidente de trabalho. Os responsáveis pela empresa também deverão ser intimados a prestar depoimento.
Os trabalhadores mortos na tragédia não têm familiares em Pacajá. Eles são trabalhadores que vieram de outros estados para fazer a montagem das torres da linha de transmissão da energia de Belo Monte. A empresa que coordena a obra deve ficar responsável pelo translado dos corpos às cidades de origem.
Projeto Novo Estado
O Ministério de Minas e Energia publicou nota lamentando as mortes ocasionadas pela queda de torre de transmissão de energia no Pará. Na nota, o Ministério informou que as vítimas eram funcionários da empresa Sigdo Koppers Ingeniería y Construcción (SKIC), contratada pela ENGIE para a implantação do Projeto Novo Estado, no município de Pacajá. Em 2019, a ENGIE assinou o contrato de aquisição do Projeto Novo Estado, que prevê a construção de mais de 1.800 km de linhas de transmissão no Pará e Tocantins, além de uma subestação e da expansão de outras três.
Segundo o Ministério de Minas e Energia, todas as atividades foram interrompidas e medidas de apoio aos acidentados e às famílias das vítimas estão sendo adotadas pela SKIC e acompanhadas pela companhia. As causas do acidente estão sendo apuradas.
G1 PA – Belém