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Antena vai permitir o monitoramento da Amazônia em tempo real

Envio das imagens depende atualmente de fornecedores estrangeiros e pode levar semanas

Foto: Divulgação
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O Ministério da Defesa inaugurou nesta quinta-feira (22), a antena multissatelital, que permitirá o acompanhamento de crimes ambientais em tempo real. O equipamento faz parte de um projeto que visa reduzir o desmatamento na Amazônia, com monitoramento de ações ilegais e facilitando o acesso para os órgãos de fiscalização. O evento inaugural ocorreu no Ministério da Defesa e contou com a participação do presidente da República, Jair Bolsonaro, do vice-presidente Hamilton Mourão, do ministro da Defesa, Walter Braga Netto, entre outras autoridades.

A nova antena foi adquirida nos Estados Unidos, ao custo de US$ 5,8 milhões, com recursos do Fundo Amazônia, gerido pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Com diâmetro de 11,3 metros, o equipamento foi instalado no Campo de Instrução do Exército, em Formosa (GO), a cerca de 90 quilômetros de Brasília. Abrangendo todo o território nacional, incluindo grande parte da área marítima, a antena pode receber dados de todos os satélites de observação da terra, ópticos e radares.

O equipamento será utilizado no âmbito do Sistema Integrado de Alerta de Desmatamento (SipamSar), projeto que monitora a supressão de vegetação na Amazônia e antecipa as intervenções em campo com a visualização do terreno, inclusive no período de alta cobertura de nuvens na região. O diretor-geral do Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia (Censipam), Rafael Costa, explica que a expectativa é que os resultados sejam imediatos.

“Como consequência disso, esperamos um resultado positivo na questão das queimadas, porque diminuindo o desmatamento você diminui as queimadas na região. Também é um novo equipamento que estará disponível para a questão meteorológica”, disse.

O vice-presidente da República, Hamilton Mourão, que coordena o Conselho da Amazônia também ressalta que o novo equipamento será extremamente útil. “A cobertura vai aumentar. Hoje, o satélite manda imagens para uma antena, só temos uma antena que capta as imagens que vem dos satélites. Essa outra antena vai permitir que todo território brasileiro esteja devidamente coberto.”

Os contratos atuais dependem de fornecedores estrangeiros que levam dias ou semanas para repassar as imagens de satélite, uma vez que é preciso baixar esse material, processar e depois repassar ao Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), que é responsável pelo monitoramento. A partir desta nova antena, os dados poderão ser acessados em minutos e uma segunda antena será colocada a cerca de 40 quilômetros de Manaus, o que deve garantir o monitoramento de todo o território.

De acordo com Braga Netto, as ações ambientais foram intensificadas desde 2019, e a nova antena possibilitará resultados completos para a fiscalização em todo o território nacional, “especialmente na Amazônia e regiões do cerrado, que sofrem com queimadas”.

Segunda antena

A antena inaugurada nesta quinta-feira  em Goiás é a primeira do tipo “multissatelital” do Censipram. O equipamento receberá imagens do Centro-Oeste, Sul, Nordeste, pedaço do mar territorial e pedaço da Amazônia. Uma segunda antena “multissatelital” será instalada até novembro em Manaus (AM). Com isso, será possível cobrir o território nacional inteiro, segundo Rafael Costa.

A antena de Manaus custará US$ 3,9 milhões e também será totalmente financiado com recursos do Fundo Amazônia. O Censipam é um órgão criado pelo governo para facilitar e agilizar o controle de atividades ambientais ilegais. O centro tem uma função acessória. O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) continua sendo o principal responsável pelo monitoramento da Amazônia e divulgação dos dados de desmatamento. O INPE é vinculado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações.

Fonte: O Liberal

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