Nesta semana, a equipe do Hemonúcleo de Capanema, no nordeste do Pará, recebeu uma mensagem no telefone celular: “Quero agradecer ao Sr. Maciel, Gerferson e Maria que me atenderam e ajudaram da melhor forma possível para que meu irmão, Francisco Deusenir, recebesse o sangue…As ligações que fiz não foram poucas. Encontrei do outro lado, aí no Hemopa de Capanema, servidores humanos que, com toda ética, atenderam com educação e com amor ao próximo. Grata também à assistente social, que agora não lembro o nome. Deus abençoe vocês e seus familiares. No amor de Cristo!. Deuvanice Picanço”.
Quem escreveu essa mensagem foi Deuvanice Picanço, wue passou por momentos desesperadores vendo o irmão internado, necessitando com urgência de um tipo de sangue específico e que não tinha no estoque do Hemopa Capanema para atender de imediato.
“A bolsa do seu Francisco era fenotipada. É um sangue mais específico. Tivemos que correr atrás, ligar para Belém e pedir ajuda. Após muitas ligações, achamos os doadores compatíveis, que foram até ao Hemopa para doar. E com três dias o seu Francisco recebeu a transfusão necessária”, explica Luiza Santana, assistente social de Capanema, que relembra como foi o processo. “Nossa equipe toda fica revigorada quando recebemos mensagens como esta porque nos ajuda a não desanimar”.
A luta para conseguir uma bolsa de sangue para somar no estoque do Hemopa é uma realidade em todo o Pará. Os doadores voluntários não estão chegando nas unidades de coleta. A dificuldade é resultado do período chuvoso, com os surtos gripais e a circulação das variantes da Covid-19.
Entraves
No município de Capanema, de segunda a quarta foram coletadas apenas 10 bolsas de sangue. Por telefone, a equipe de Captação liga para os doadores com cadastro atualizado e faz o convite. “A situação é bem difícil. Os nossos parceiros, a maioria adoeceu. Quem está trabalhando, trabalha em dobro pela ausência do colega por motivo de doença”, explica Luiza Santana, assistente Social do Hemopa Capanema.
O Hemocentro Regional de Castanhal, normalmente, é suporte para Capanema como abastecimento de bolsas quando necessário. Entretanto, a situação é bem parecida das duas unidades. A assistente social da unidade, Marcela Silva, diz que não tem resultados positivos nas ligações. “Quando a gente vai fazer as telecaptações, os doadores dizem que estão com gripe, com a Covid e isso está interferindo diretamente no estoque de sangue”.
O Hemopa Castanhal é responsável por atender a demanda transfusional da região nordeste do Pará, facilitando o acesso e transporte de bolsas. A necessidade é diária e a equipe do hemocentro trabalha, todos os dias, com estratégias para captar voluntários. “Estamos também sensibilizando o corpo clínico dos hospitais, porque se eles que estão em contato direto com os parentes de doadores não sensibilizarem para a doação de sangue, a gente não tem como dar suporte as transfusões”, ressaltou Marcela.
Leonardo Abreu Moreira, 23 anos, teleatendente em Castanhal, compareceu no Hemopa em prol de um pedido de um amigo. “A mãe de um amigo está doente e precisa de transfusão. Então, ele me pediu que doasse e vim”. Leonardo disse que já era doador e que sempre que possível faz a doação voluntariamente. “A gente vê que a maior parte dos problemas nos hospitais é a falta de sangue. E é uma ação tão simples que só depende da nossa atitude fazer”.
Seja um doador
A doação de sangue é simples e não causa nenhum prejuízo ao organismo. Para doar é necessário seguir critérios básicos:
– Estar muito bem de saúde.
– Ter entre 16 e 69 anos (menores de idade devem levar um responsável legal para autorizar a doação voluntária);
– Pesar mais de 50kg;
– Apresentar um documento de identificação oficial com foto, podendo ser RG, CNH, Carteira de Trabalho ou Passaporte. Carteiras de meia passagem e xerox de documento não são aceitas.
Para quem teve Covid-19, precisa esperar 10 dias após a cura para doar sangue. Mas atenção, a contagem começa a partir da recuperação completa da doença. Mesmo quem esteve assintomático e testou positivo para a Covid-19, deve esperar os 10 dias para voltar aos Hemocentros.
E para quem teve contato com pessoas com o novo coronavírus, deve esperar 7 dias após o último contato. Não apresentando nenhum sintoma, pode fazer a doação.
É importante lembrar também para quem recebeu a vacina contra a Covid-19 deve esperar 7 dias. E quem se vacinou contra gripe, 48h.
Qualquer dúvida, só ligar para Ouvidoria no 0800 280 8118.
Fonte: Agência Pará