Distúrbio de game, como é conhecido a adicção ou vício por videogames, agora é considerado doença pela Organização Mundial da Saúde (OMS). O assunto gera debates e promove um alerta para os sinais. O diagnóstico pode ser fechado por uma equipe multidisciplinar e acontece quando há prejuízos ao indivíduo que não consegue viver sem jogos, gerando impactos nas diversas áreas sociais.
A neuropsicopedagoga e orientadora familiar Larissa Lagreca repercute o assunto e diz que a partir do momento em que o vício em videogames foi reconhecido como transtorno, pessoas com essa patologia poderão de fato procurar ajuda psicológica e psiquiátrica. A doença era negligenciada, segundo ela, pois muito se fala em vício em videogame, mas de fato não era tratado como uma dependência.
Consequências no desenvolvimento de crianças e adolescentes, são uma possibilidade cada vez mais cedo, afirma Larissa e pode gerar impactos também na vida social. “Crianças viciadas tem dificuldade de se alimentar, baixo desempenho escolar e interação social, pois só querem ficar em casa jogando e os assuntos são relacionados aos jogos”, explicou.
Em adultos, essas características são semelhantes, aponta a neuropsicopedagoga, pois não se socializam de maneira comum. Preferem jogar, ao invés de realizar atividades da vida adulta, como trabalhar, etc. “Alguns não trabalham e passam horas imersos, esquecem de comer e fazer suas necessidades fisiológicas. A OMS fez esse alerta justamente para nos informar dos malefícios e para mostrar que assim como os outros transtornos, esse também precisa de ajuda profissional para ser tratado”, ressaltou.
Larissa explica que há coisas que viciam mais, pois liberam dopamina (hormônio do prazer) no cérebro, a exemplo de alguns alimentos, telas, jogos etc. “Quando você já não consegue viver sem aquilo e te incomoda muito a ponto de ter crises de abstinência, podemos acreditar que já se trata de um vício. Pais devem estar em alerta, pois alguns jogos não têm mais a função ‘pausar’ e há acessórios para que a criança se sinta profissional. Isso dá sensação de pertencimento a esse ‘mundo’. Já as pessoas adultas se tornam mais difíceis de reconhecer de fato com um transtorno, então cabe à família conversar e juntos tentarem ajuda”, observou.
Apesar do alerta para o vício, que é a situação extrema, Larissa revela que alguns estudos apontam os benefícios de alguns jogos em relação ao desenvolvimento cognitivo das crianças. Trabalham o raciocínio lógico e desenvolvimento, mas que ainda sim, é preciso monitoramento.
Fonte: O Liberal