Os servidores do Instituto Nacional do Seguro Nacional (INSS) iniciaram nesta quarta-feira (23) uma greve em todo o Brasil para protestar por reajustes nos salários da categoria, com o objetivo de repor as perdas inflacionárias dos últimos cinco anos. Na opinião da diretora do sindicato dos Servidores Públicos Federais em Saúde, Trabalho, Previdência Social e Ação Social do Estado do Pará, Ana Lúcia Ribeiro, a greve pouco deve afetar o estado atual dos serviços do Instituto, já que o órgão vive um momento de precarização e poucos trabalhadores em atividade. “Infelizmente é uma situação difícil a que vivemos, então para o cidadão creio que tanto faz com greve ou sem greve, pois já não tem servidor o suficiente para habilitar benefícios e aposentadorias com celeridade. É muita coisa. Além do reajuste, o serviço público precisa de concurso público porque temos um déficit muito grande de trabalhadores”, afirma.
A greve não tem data para acabar, mas Ribeiro afirma que tanto ela como outros diretores de sindicato do Brasil todo seguem dialogando com o Ministério da Economia para chegar a um acordo, já que o Governo Federal tem sinalizado reajustes para algumas outras categorias do funcionalismo público, como os policiais federais. Na opinião da diretora, a valorização dos servidores do INSS é fundamental para garantir que a rede de assistência social proteja o povo brasileiro em um momento em que a inflação e a crise pós-pandemia seguem endurecendo o cotidiano. “Temos uma fila de mais dois milhões de processo porque não tem que acompanhe e libere”, lamenta ela.
Breno Cunha é advogado previdenciário e lembra que é preciso acompanhar o desenrolar da greve com cautela e que é possível que os médicos que cuidam do setor de perícias não entrem na manifestação. “De início, o máximo que pode acontecer é um novo agendamento. Para isso as pessoas precisam estar atentas. pois caso a perícia seja agendada para uma data maior que 45 dias, contados da data do requerimento, o INSS deve implantar o benefício até ser realizada a perícia”, conta. Até o fechamento desta edição, o INSS não respondeu a reportagem.
Fonte: O Liberal