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Com cirurgias suspensas no Regional da Transamazônica, pacientes com fraturas graves aguardam em casa

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A paciente Nayane da Silva Araújo, moradora da Rua Um, do bairro Aparecida, em Altamira, sudoeste do Pará, é uma das dezenas de pessoas que aguardam para fazer uma cirurgia no Hospital Regional Público da Transamazônica. Ela sofreu um acidente de moto há mais de uma semana, e foi encaminhada a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Altamira, no dia 20 de março. Lá ela foi medicada e encaminhada para fazer uma cirurgia de ortopedia no Hospital Regional, mas ela acabou sendo obrigada a voltar para casa e esperar ser chamada pelo hospital, que está há três semanas sem realizar cirurgias.

De acordo com Diretor da Sespa em Altamira, Mauricio Nascimento, ele tem conhecimento da situação da paciente Nayane, e tomou as providências pedindo o cumprimento do contrato em vigência com a Pró Saúde, bem como oficializou o Ministério Público sobre essa situação que vem ocorrendo no Hospital Regional. Ainda de acordo com o Diretor, a Pró Saúde teria se manifestado dizendo que retornaria com os procedimentos cirúrgicos a partir desta quarta-feira, 27 de março.

Segundo informações de pessoas que trabalham com marcação de cirurgias, mas que pediram para não serem identificadas, mais de 50 pacientes ainda estariam a frente da paciente Nayane, aguardando para fazer uma cirurgia de ortopedia no Regional, e que mesmo que as cirurgias retornem hoje, a paciente terá que esperar, no mínimo, mais uns 15 dias para ser atendida.

Outra denúncia grave, de pessoas que trabalham no hospital Regional, é que lá estaria faltando até materiais básicos para a proteção dos profissionais, como tocas, luvas e máscaras. Equipamentos esses que são de uso obrigatório desses profissionais da área da saúde para evitar o risco de contaminação.

Nota do Hospital Regional Público da Transamazônica

A direção do Hospital Regional Público da Transamazônica (HRPT) esclarece que conforme estrutura do sistema de saúde e redes assistenciais, os atendimentos de baixa complexidade – como cirurgias eletivas, por exemplo – devem ser realizados, prioritariamente, pelas unidades municipais da região da Transamazônica. Vale ressaltar que a falta de estrutura nos municípios vizinhos – como em Altamira, cujo hospital municipal não tem realizado cirurgias de baixa complexidade – tem sobrecarregado o HRPT. Neste momento, a taxa de ocupação no HRPT é de 100%, em especial os leitos cirúrgicos.

O HRPT prioriza atendimentos de urgência e emergência, sendo estes realizados normalmente, conforme perfil de referência da unidade que é de média e alta complexidades. Só neste mês, 220 procedimentos cirúrgicos foram realizados.

Nos últimos anos, a região registrou crescimento populacional, mas não houve ampliação dos leitos. Com relação a falta de materiais, a informação não procede.

Nota da Secretaria de Estado de Saúde Pública – SESPA

Em resposta ao portal “A Voz do Xingu” A Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa) informa que ficou acordada com a gestão municipal de Altamira a ampliação do teto financeiro a ser pago ao hospital São Rafael, a fim de arcar despesas referentes a cirurgias eletivas de trauma ortopedia de pacientes atendidos no município.

Texto e Foto:  Wilson Soares – A Voz do Xingu

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