Representantes de vários órgãos públicos do Pará se reuniram na tarde desta quarta-feira (27) para definir estratégias de investigação sobre o desaparecimento de três homens na Terra Indígena Parakanã. Os homens, que estariam caçando na localidade, sumiram desde o último domingo (24).
A Terra Indígena Parakanã está localizada a cerca de 30 km da sede do município de Novo Repartimento, no sudoeste do Pará. A área é equivalente a 350 mil campos de futebol.
Participaram da reunião, organizada pelo Ministério Público Federal (MPF), a Polícia Federal (PF), a Polícia Rodoviária Federal (PRF), a Polícia Militar (PM), a Fundação Nacional do Índio (Funai) e o Corpo de Bombeiros Militar.
O MPF requisitou à PF a abertura de inquérito sobre o caso, “ressaltando a necessidade de diálogo com a comunidade indígena e com os familiares dos desaparecidos, evitando o acirramento dos ânimos e conflitos”.
O caso
Segundo o MPF, os três homens sumiram no dia 24, quando entraram na terra indígena para caçar. O caso foi registrado na delegacia de Novo repartimento.
Um trecho da rodovia Transamazônica foi bloqueado nesta segunda-feira (26), por familiares dos desaparecidos, para pedir providências sobre o caso.
Moradores armados teriam ido à área onde os homens sumiram e acusaram os indígenas pelo desaparecimento, porém, de acordo com o MPF, os indígenas estão dando apoio às buscas.
Os familiares dos desaparecidos também contam que durante as buscas foram mantidos em cárcere privado pelo indígenas.
Um vídeo compartilhado nas redes sociais registrou o momento em que um policial militar, que se identifica como sargento, negociando com alguns indígenas.
“A gente entende o sentimento de vocês e até eles entenderem que entraram na casa de vocês sem a devida permissão. Eles cometeram um crime invadindo a área de vocês, mas quero que vocês entendam que mantendo eles em cárcere, vocês também estão cometendo um crime”, afirma o PM durante o vídeo.
Fonte: G1 Pará