Após denúncias no último domingo (16) de ameaças de invasão as aldeias das terras indígenas Apyterewa, do povo Parakanã, entre os municípios paraenses de São Félix do Xingu e Altamira, o Ministério Público Federal (MPF) acionou as forças de segurança para acompanhar o caso. Segundo o MP, essas terras indígenas são as mais invadidas do país.
As denúncias teriam iniciado com um aviso aos líderes das aldeias sobre ataques as terras. De acordo com o MP, no domingo (16), o superintendente da Polícia Federal em Belém e o delegado de Redenção, cidade mais próxima ao possível local dos ataques também foram alertados sobre a situação. O MP relata ainda que área em questão é de difícil acesso. Diante dessa dificuldade de acesso ao MPF e órgãos de segurança tentam viabilizar medidas prioritárias de segurança para evitar violência contra as aldeias Parakanã.
“Hoje (16) novos relatos de ameaças chegaram ao conhecimento dos procuradores da República que acompanham o caso, em Redenção, e medidas administrativas e judiciais de proteção aos indígenas que já estão em curso serão imediatamente intensificadas”, enfatizou o MP.
Denúncias de invasão
As denúncias sobre as supostas invasões chegaram ao MPF por meio de áudios nos quais indígenas contam que foram avisados sobre a possibilidade do ataque e que seria liderada por fazendeiros, com interesse nas aldeias recém-abertas pelos Parakanã.
“Hoje, alguns dos áudios diziam que os homens teriam de fato cercado uma das aldeias”, destacou o MP.
Segundo o MP, a terra indígena Apyterewa é uma das mais invadidas e mais desmatadas do país. Homologada desde 2007, teve a desintrusão – retirada dos invasores não indígenas – prevista como uma das condicionantes prioritárias antes das obras da usina de Belo Monte.
O MPF informou que processa o estado brasileiro para obrigar a retirada dos invasores não índigenas e desde 2009 pede à Justiça Federal que multe o governo por não cumprir as decisões judiciais.
Ainda de acordo com o MP, conflitos com fazendeiros e grileiros são frequentes na área e nos últimos dois anos invasores confrontaram diversas vezes fiscais ambientais e servidores da Funai que trabalhavam na região, chegando a atirar bombas contra eles.