O Pará segue com quatro bloqueios parciais na BR-163 na manhã desta sexta-feira (4). Com a dificuldade de liberar totalmente a via federal em três cidades, o Ministério Público Federal (MPF) do estado reforçou pedido para que a Força Nacional de Segurança seja enviada aos locais e os bloqueios sejam totalmente desmobilizados.
O ofício foi enviado na noite de quinta-feira (3) pelo procurador-chefe do MPF no Pará, Felipe de Moura Palha e Silva, ao procurador-geral da República, Augusto Aras. Ele é quem analisa o pedido do MPF paraense antes de solicita a Força Nacional ao Ministério da Justiça e Segurança Pública.
Este é quinto dia de atos anti-democráticos de apoiadores do atual presidente Jair Bolsonaro (PL) contra o resultado das eleições na BR-163. Veículos de emergência e viaturas conseguem passar, sem interrupções. “Pontualmente, o fluxo é liberado por um tempo” para os demais veículos e bloqueado novamente.
Segundo o MPF do Pará, “a solicitação acompanha pedido já feito pela delegacia da Polícia Rodoviária Federal (PRF) em Santarém (PA).
“A delegacia solicitou o envio da Força de Choque Nacional da PRF, destacando que os manifestantes informaram que não irão cumprir voluntariamente ordem judicial de desobstrução da pista”, disse o MPF.
O trecho em Santarém foi liberado ainda na terça-feira (1º) após determinação da Justiça, mas outros pontos da rodovia ainda estão com interrupções. Segundo a PRF, não há mais bloqueios totais no Pará, que chegou ao pico de 35 bloqueios em diferentes rodovias.
Um dos bloqueios é em Novo Progresso, cidade com quase 83% dos votos para o candidato à reeleição presidencial, Jair Bolsonaro, sendo a cidade paraense que vai votou no atual presidente.
Na manhã desta sexta, a situação era a mesma da noite de quinta, quando o ofício foi enviadopelo MPF à Procuradoria Geral da República. São quatro trechos com bloqueios parciais:
- 1 – km 110 (Cachoeira da Serra, distrito de Altamira )
- 2 – km 159 (Castelo dos Sonhos, distrito de Altamira )
- 3 – km 312 (Novo Progresso)
- 4 – km 774 (Rurópolis)
De acordo com o MPF, foram tomadas providências com diversos órgãos, incluindo PRF e Polícia Federal”, para realizar o desbloqueio de diversas vias públicas e para a identificação e responsabilização dos envolvidos”.
O MPF chegou a pedir ao longo da semana que a PRF usasse todo o efetivo nos desbloqueios. Desde quarta-feira, os bloqueios diminuíram e na quinta (3) foi o primeiro dia sem bloqueio total.
“Independentemente das investigações que seguirão sendo feitas pelo MPF sobre a atuação da PRF – inclusive sobre eventual omissão de policiais no início das manifestações – o MPF considera que o fato de a grande maioria dos bloqueios ter sido desfeita indica que a corporação passou a adotar os esforços necessários para resolver a questão”, informou o MPF.
Ações feitas
A Polícia Rodoviária Federal tem informado ao longo dos bloqueis que está “empregando o seu efetivo em ações e atuando com o policiamento reforçado nos pontos de bloqueio desde o início das manifestações”.
A Polícia Federal do Pará informou que há um inquérito instaurado envolvendo bloqueios em rodovias na cidade de Marabá, sudeste do Pará. Não foram informados detalhes sobre a investigação.
Em Altamira, no sudoeste, quatro pessoas apontadas como lideranças responsáveis por bloqueios foram presas pelo crime de desobediência. Todos foram soltos logo depois. Eles devem responder responder em liberdade a Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO).
Na manhã de quarta-feira (2) eram 20 bloqueios em sete rodovias e foram diminuindo ao longo do dia, em diferentes regiões. Paragominas (foto acima) e Marabá, por exemplo, também tinham bloqueios e foram liberadas.
Em Paragominas, no Pará, PRF e PM avisam manifestantes sobre decisões judiciais para desbloqueio e uso da força, em caso de descumprimento — Foto: PRF/Reprodução
Em Marabá, o bloqueio na BR-155 obrigou uma universidade a suspender aulas e afetou temporariamente até o despejo de lixo pela prefeitura. Em Belém, o atendimento na Unidade Estratégia Saúde da Família, do Souza, chegou a ser interrompido em consequência do protesto na av. Almirante Barroso.
Decisões judiciais determinaram a liberação da via ainda na segunda-feira (31), mas as rodovias seguiram bloqueadas.
Na quarta, o governo anunciou o uso da Polícia Militar para desbloqueio das vias. A Tropa de Choque da Polícia Militar (PM) entrou em ação em Marabá e em Belém, tirando bolsonaristas da Avenida Almirante Barroso. Nesta quinta-feira de madrugada, alguns manifestantes continuavam no local, mas não interrompendo o trânsito de veículos.
Fonte: G1 Pará