A maioria dos produtos que compõem a ceia natalina estão mais caros neste ano. Os dados são de um estudo divulgado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese-PA), nesta quarta-feira (21). Segundo o levantamento, boa parte dos itens tiveram um reajuste para além da inflação acumulada no período, estimada em torno de 6%. As frutas natalinas são algumas das maiores vilãs, como é o caso do melão amarelo, com o quilo custando, em média, R$ 5,65, uma alta de 50,67% em relação a 2021. O quilo das passas escuras sem semente está saindo a R$ 26,43 em média, uma alta de 27,5% e o quilo da maçã argentina é encontrado, na média, a R$ 15,96, uma alta de 12,55%.
O peru, grande protagonista das ceias de Natal também está com o preço mais salgado neste final de ano. Dependendo da marca, o quilo do produto pode ser encontrado de R$ 23 a R$ 24, enquanto que, no ano passado, a média variava de R$ 21 a R$ 22. O mesmo aconteceu com o quilo do chester, que, em 2021, poderia ser encontrado a R$ 21 e, atualmente, ultrapassa os R$ 23.
Outros produtos bastante utilizados nesse período e que tiveram altas importantes são:
- Garrafa de 500 ml de uma determinada marca de azeite de oliva (reajuste de quase 21% em comparação ao ano passado e saltando de R$ 24,6 para R$ 29);
- Farinha de mandioca (para a tradicional farofa);
- Cebola
- Batata lavada.
“Estamos vendo um reajuste, sobretudo nos produtos importados, como é o caso de algumas frutas, como nozes e castanha portuguesa. Outro produto que encareceu muito foi a uva, que é muito consumida no Natal, e que teve problemas com a produção, que é nacional. Muito da colheita vem do sul do país e lá os Estados estão sofrendo com chuvas e outras intempéries, então, isso realmente afeta a oferta do produto e, consequentemente o preço”, explicou o presidente da Associação Paraense de Supermercados (Aspas), Jorge Portugal.
Para Jorge, no entanto, alguns outros itens da ceia, como é o caso do peru e chester não tiveram altas tão significativas. “A própria indústria, os frigoríficos, fizeram uma ação em nível nacional, para que conseguíssemos comercializar esses produtos quase pelo mesmo preço do ano passado, então, eles podem ser encontrados por valores não tão elevados”, frisou.
A dona de casa Rúbia Lemos, 45 anos, no entanto, disse que vai precisar improvisar neste ano por conta dos altos. “Estou pensando em levar outro tipo de carne, como a de porco, ou mesmo frango, pois o peru está caro e o bacalhau não dá nem pra cogitar”, disse à reportagem, enquanto fazia pesquisas em um supermercado de Belém.
Fonte: O Liberal