O número de assassinatos caiu 2,7% no Pará em 2022. Foram 2,274 mil mortes violentas em todo o estado — média de 6 vítimas por dia. É o que mostra o índice nacional de assassinatos criado pelo g1, com base nos dados oficiais dos 26 estados e do Distrito Federal. Em 2021, a redução foi de 0,6%.
O índice de mortes proporcional à população ficou acima da média nacional, que é de 19,1.
A taxa no Pará foi de 25,9 vítimas a cada 100 mil habitantes. O número deixa o estado na 12ª colocação entre os estados com as maiores taxas.
O levantamento considera casos de homicídio, latrocínio e lesão corporal seguida de morte. O Pará teve 2.336 vítimas em 2021, 62 casos a mais que em 2022.
Em 2018, o estado registrou 3.963 mortes e tinha o quinto pior índice no país, (46,55 vítimas por 100 mil habitantes) atrás de Roraima, Rio Grande do Norte, Ceará e Acre.
O secretário de Segurança Pública do Pará, Ualame Machado, destaca estratégias de integração entre os órgãos da segurança e investimentos em tecnologia como fatores para redução da criminalidade.
“Fechamos o ano de 2022 como o melhor ano dos últimos quatro de nossa gestão, e iniciamos 2023 alcançando redução significativa, o que demonstra que nossas estratégias têm sido assertivas, porém, que ainda precisamos fazer muito mais para que as reduções sejam ainda maiores”, afirma.
Nacionalmente, o levantamento do g1 aponta que, mesmo em queda, o total de mortes violentas no Brasil ainda é elevado, e representa um alento: o país atingiu o menor número da série histórica do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, que coleta os dados desde 2007, e do Monitor da Violência, que coleta desde 2018.
É o segundo ano seguido que isso acontece: em 2021, foram 41,2 mil mortes (entenda osmotivos que explicam essaredução).
Os dados, no entanto, acendem um alerta: a tendência de queda de violência no país, iniciada em 2018, pode estar chegando ao fim, avisam especialistas ouvidos pelo g1.
Veja os principais destaques do levantamento:
– O Brasil teve 40,8 mil assassinatos em 2022, o menor número da série histórica do FBSP – uma queda de 1% em relação a 2021;
– No último trimestre, porém, um alerta: houve alta de 6,5% nas mortes;
– Redução das mortes foi puxada por Norte (-3,5%) e Nordeste (2,2%);
– Destaque para as quedas no Amapá (-28,5%) e Roraima (14,1%);
– Mesmo com a queda nacional de 1%, 14 estados brasileiros tiveram alta de mortes;
– Centro-Oeste puxou a alta (4,5%), liderado pelo Mato Grosso (24,1%);
– Número de mortes voltou a subir em São Paulo (7,1%) e Minas Gerais (6,3%)
– Segundo os especialistas, diversos fatores estão por trás dos indicadores de violência em queda nos últimos anos: políticas públicas estaduais, mudança nas dinâmicas dos grupos criminosos, mais recursos disponíveis para o setor da segurança pública, entre outros.
Este levantamento faz parte do Monitor da Violência, uma parceria do g1 com o Núcleo de Estudos da Violência da Universidade de São Paulo (NEV-USP) e o Fórum Brasileiro de Segurança Pública.
Índice nacional de homicídios
A ferramenta criada pelo g1 permite o acompanhamento dos dados de vítimas de crimes violentos mês a mês no país. Estão contabilizadas as vítimas de homicídios dolosos (incluindo os feminicídios), latrocínios e lesões corporais seguidas de morte. Juntos, estes casos compõem os chamados crimes violentos letais e intencionais.
Jornalistas do g1 espalhados pelo país solicitam os dados, via assessoria de imprensa e via Lei de Acesso à Informação, seguindo o padrão metodológico utilizado pelo fórum no Anuário Brasileiro de Segurança Pública.
* Com Marina Pinhoni (g1), Geisy Negreiros (g1 AC), Cau Rodrigues (g1 AL), Fabiana Figueiredo (g1 AP), Eliena Monteiro (g1 AM), Itana Alencar (g1 BA), André Teixeira (g1 CE), Pedro Alves Neto e Walder Galvão (g1 DF), Álvaro Guaresqui (g1 ES), Vitor Santana (g1 GO), Rafaelle Fróes (g1 MA), José Câmara, Rafaela Moreira, Renata Barros, Thais Libni e Débora Teixeira (g1 MS), Pedro Mathias (g1 MT), Raquel Freitas e Rafaela Mansur (g1 MG), Taymã Carneiro (g1 PA), Dani Fechine (g1 PB), Letícia Paris (g1 PR), Pedro Alves, Katherine Coutinho, Bruno Marinho e Ricardo Novelino (g1 PE), Maria Romero (g1 PI), Fernanda Zauli e Igor Jácome (g1 RN), Gabriela Clemente e Lilian Lima (g1 RS), Jonatas Boni (g1 RO), Samantha Rufino e Valéria Oliveira (g1 RR), Caroline Borges (g1 SC), Joelma Gonçalves (g1 SE), Vilma Nascimento e Patrício Reis (g1 TO).
Fonte: G1 Pará