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Mapeamento em Juruti encontra mais de 160 espécies em etapa de projeto para criar área protegida

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Oito dias dentro da mata para catalogar a fauna silvestre em mais uma etapa do projeto para a criação de Áreas Protegidas em Juruti, no oeste do Pará. Esse foi o período em que Biólogos, de diferentes especialidades, tiveram para fazer o mapeamento e levantamento de campo no município. Os estudos foram coordenados pelo Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) e identificaram mais de 160 espécies.

Os trabalhos ocorreram entre 23 de abril e 2 de maio, mas foram divulgados apenas nesta segunda-feira (27).

De acordo com a pesquisa, o objetivo da atividade foi identificar indivíduos de cinco grandes grupos da fauna que habitam a área pretendida para criação de uma Área Protegida no município: Mastofauna (voadores e mamíferos de diferentes portes), Ictiofauna (peixes), Ornitofauna (aves), Herpetofauna (répteis e anfíbios) e Entomofauna (insetos).

A iniciativa Áreas Protegidas de Juruti é realizada pelo Imazon, com apoio da Prefeitura Municipal de Juruti e Alcoa Foundation, e visa a criação de Unidades de Conservação ao redor da sede do município. As próximas etapas do projeto serão: publicação dos estudos técnicos e realização de consulta pública para a criação da unidade de conservação.

Espécies em extinção

Durante as coletas de dados, os pesquisadores encontraram duas espécies mamíferas que chamaram a atenção: o macaco de cheiro (Saimiri ustus) e o cateto (Pecari tajacu), ambas classificadas com algum nível de ameaça de extinção no território nacional.

A jararaca amazônica (Bothrops atrox), espécie de serpente venenosa, responsável pela maioria dos acidentes ofídicos na região norte do Brasil, também se destacou dentre as mais de 160 espécies da fauna que foram registradas na região.

Os resultados encontrados deixaram os profissionais bastante otimistas. “De maneira geral, as áreas inventariadas apresentaram uma comunidade faunística rica, levando em consideração que caracterizam-se por serem fragmentos florestais inseridos em ambiente antropizados, ou seja, onde há a ocupação humana”, explicou Breno Lima de Almeida, biólogo que liderou o diagnóstico.

Execução do diagnóstico

Para realizar o levantamento de fauna foram determinadas áreas amostrais considerando os diferentes tipos de vegetação existentes. Além disso, os biólogos utilizaram técnicas específicas de coleta de dados para cada grupo faunístico, de modo a garantir a obtenção de dados em quantidade e qualidade necessárias para realizar as análises de parâmetros ecológicos. Essas informações servirão como base para definição do tamanho, formato e da categorização da área protegida que deve ser criada em Juruti.

Para a Mastofauna, que inclui mamíferos voadores e terrestres, os pesquisadores percorreram trilhas, observando rastros, tocas e abrigos, fezes e outros aspectos que evidenciem a presença desses animais, além foram usadas armadilhas fotográficas acionadas por sensor de movimento. Ao todo, 16 espécies de mamíferos foram registradas.

O levantamento dos insetos foi realizado por meio da instalação de armadilhas, uso de iscas e um aparelho que funciona como aspirador de insetos. 12 espécies de mosquitos e 29 espécies/morfoespécies de formigas foram registradas.

Já para os peixes foram feitas coletas nos lagos Jará, Laguinho, Tucunaré e Curumucuri utilizando rede de arrasto, peneira e tarrafa para alcançar o maior número de espécies possíveis.

Os pesquisadores localizaram, ainda, 14 espécies de répteis e oito de anfíbios por meio de buscas ativas diurna e noturna e por encontros ocasionais. Por fim, foram encontradas 124 espécies de aves ao percorrer transectos, linhas traçadas na área estudada, e trilhas registrando os indivíduos por meio de observação direta e vocalizações, ou seja, emissão de sons que imitam os cantos das aves.

Para cada grupo, os dados coletados em campo serão analisados estatisticamente visando estimar padrões de riqueza, abundância, densidade das espécies amostradas, além da dominância e similaridade entre os pontos de coleta. Breno Lima de Almeida reforça que será de extrema importância um programa de monitoramento da fauna após a implantação da Área Protegida.

G1 Santarém 

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