Por não ser uma doença de notificação obrigatória, a Síndrome Mão-Pé-Boca não entra na estatística dos atendimentos do Pronto Socorro Municipal de Santarém (PSM). Mas os médicos que atuam na pediatria têm observado o aumento do número de casos, chegando a atender até 10 crianças sintomáticas, por plantão. A doença causada por vírus é transmissível o que requer o afastamento das crianças de escolas, creches e outros ambientes coletivos.
Segundo a médica pediatra Terezinha Leão, do Hospital Municipal de Santarém, após manifestação febril, começam a surgir as lesões cutâneas, primeiramente na boca, e depois se espalham para outras partes do corpo, principalmente mãos e pés. “Dependendo do grau de resistência que a criança tem, as manifestações clínicas podem ser mais intensas, podendo as lesões atingir outras partes do corpo, como glúteos e região flexora dos braços”, observou.
O período de incubação varia de 3 a 6 dias e a transmissibilidade ocorre por mais de dois meses após o desaparecimento dos sintomas. “As lesões são ricas em vírus e esse vírus também é eliminado através das fezes. O risco de infecção é muito grande, a contagiosidade é muito alta, então a recomendação é de que essas crianças sejam retiradas do ambiente coletivo, como creches, escolas, para que não haja uma propagação maior da doença”, explicou a pediatra.
Ainda de acordo com Terezinha Leão, nas creches, as cuidadoras devem ter um cuidado maior na troca de fraldas das crianças, em função da eliminação do vírus da síndrome pelas fezes.
Em algumas situações, as crianças com a síndrome mão-pé-boca acabam precisando de internação hospitalar. “Temos recebido alguns casos durante os plantões diurnos, menos severos, com presença de lesões principalmente na boca. Mas, também temos uma paciente internada, que está dentro do grupo com resistência mais baixa, que teve um quadro mais sistêmico da doença”, contou a pediatra Terezinha Leão.
Segundo a pediatra, como as lesões da boca costumam doer muito, a criança tem dificuldade de engolir saliva e até de se alimentar, e ela pode desidratar. Em função disso, as mães procuram as unidades de saúde para que as crianças sejam hidratadas e consigam repor o que elas não estão conseguindo ingerir.
Terezinha Leão ressaltou que apesar de a síndrome mão-pé-boca ser mais comum em crianças até 5 anos de idade, a pediatra tem atendido crianças com 7 e até 10 anos, com a doença.