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Golpe promete antecipar restituição do Imposto de Renda, alerta Receita Federal

A Receita Federal comunicou, nesta sexta-feira (19), por meio de nota, um alerta para os sites que falam em "vantagens incríveis" ao contribuinte

Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil
Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil
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Uma tentativa de golpe, promovida em sites, está causando transtornos, pois alegam antecipar a restituição do Imposto de Renda 2023. A Receita Federal comunicou, nesta sexta-feira (19), por meio de nota, um alerta para os sites que falam em “vantagens incríveis” ao contribuinte, pois prometem ao pagante a restituição caso eles enviem dados, documentos e informações fiscais. 

Em alguns casos, requerem até o pagamento de taxas a fim de “acelerar” determinado procedimento”, informa a Receita. Como esclarecimento, o órgão reforça que não há como antecipar restituição, pois os lotes são estabelecidos pela Receita, seguindo os critérios de ordem de prioridade e data de entrega. 

No comunicado, a instituição informou que há, sim, uma linha de empréstimos de bancos e financeiras, no qual realiza antecipação da restituição. Porém, não ocorre dessa forma, e o contato é direto com o estabelecimento. A consulta do primeiro lote de restituição será liberada até a próxima quarta-feira (24), e o pagamento pode ser feito no dia 31. Os beneficiados nesta remessa serão contribuintes que estão na lista de prioridade e entregaram os seus dados até 10 de maio.

A Receita destaca que “não há antecipação desta lista”, pois a definição de cada beneficiado para os próximos quatro lotes de restituição, um a cada mês entre junho e setembro, sempre com pagamento no último dia útil, vai depender do número de pagantes incluídos em cada lote. 

A Receita Federal não manda email, SMS, mensagem no WhatsApp ou Telegram solicitando alguma informação“, afirma a instituição. A comunicação é feita normalmente por carta e, por isso, é solicitado que o contribuinte mantenha o endereço atualizado, ressaltando que não enviam links ou pedidos por meio eletrônico para preenchimento de dados cadastrais ou fiscais.

Como orientação, a Receita acrescenta que as pessoas devem entrar na página oficial da instituição para retirar dúvidas e façam consultas sobre a declaração através do e-CAC (Centro de Atendimento Virtual) ou no aplicativo Meu Imposto de Renda.  

Para checar as pendências no e-CAC, o contribuinte precisa ter um login e senha no site do governo (gov.br), além de está com o nível prata ou ouro. Feito o login, vá na opção “Meu Imposto de Renda (Extrato da DIRF)” e clique na aba “Processamento”. Depois, escolha o item “Pendências de Malha”, se for constatada alguma inconsistência, será informado o motivo da retenção. Por isso, o contribuinte precisa corrigir e enviar uma declaração retificadora. 

 A declaração do IR precisa ser entregue até as 23h59 do dia 31 de maio. Caso a pessoa que é obrigada a acertar as contas não cumpra o prazo, pagará multa. O valor mínimo é de R$ 165,74 e pode chegar a 20% do imposto devido no ano.

Alerta para golpes

Muitos golpistas utilizam imagens da receita para realizar fraudes. Como exemplo, o uso do email, mensagem por Whatsapp ou SMS alertando sobre problemas, com o pedido de envio de dados, além da solicitação de instalação de programas é uma tentativa de golpe eletrônico chamada “engenharia social”.

Criminosos utilizam os assuntos voltados ao Imposto de Renda para atacar dispositivos e ter acesso aos dados bancários e informações pessoais dos contribuintes. Usar o logotipo da Receita, colocar títulos impactantes que envolvam ganho ou perda de dinheiro e causar pânico no contribuinte são as artimanhas mais frequentes dos fraudadores.

“Eles utilizam gatilhos emocionais como urgência, escassez e medo. A mensagem pede para você corrigir algo urgente, fala que você precisa corrigir uma falha ou bate no órgão que mais dói no brasileiro: o bolso”, disse Paulo Trindade, gerente de inteligência de ameaça cibernética da ISH Tecnologia. 

Paulo alerta para as estratégias dos criminosos. Segundo ele, o truque consiste em tentar enganar a vítima com o intuito de instalar um programa sem que o usuário perceba para cometer crimes virtuais. Chamados de “phishing”, o golpista utiliza e-mails e pode personalizar a mensagem, usando dados de quem quer atacar, como o nome, CPF e endereço. 

 A tentativa de golpe vem acompanhada de um link (texto com o sublinhado em azul), que supostamente levaria a pessoa ao site da Receita, ou então de um programa em anexo que precisa ser instalado. 

O CEO da empresa de cibersegurança AHT Security, Emilio Simoni, diz que o link instala um malware, no qual é um software malicioso que é projetado para danificar sistemas, roubar dados e até causar lentidão no computador ou celular. “O malware pode monitorar a navegação do usuário e passar a coletar os dados quando a pessoa entrar em um banco”, explicou. 

É necessário que o usuário tenha atenção com os seguintes pontos:

– O endereço de email normalmente é de provedor gratuito e que não tem relação com o órgão citado. Este endereço da URL não é do site oficial da Receita Federal e apresenta troca de letras por grafias parecidas como a troca da vogal “O” por zero, ou usar a vogal “I” maiúscula como a consoante L.

– Também é recomendado que os pagantes se atentem aos e-mails que contenham links, arquivos em anexo e aplicativos, além das mensagens com erros ortográficos no título ou no corpo do texto.

Quando o usuário é atacado virtualmente, ele pode estar exposto a qualquer tipo de situação como lentidão e o uso da máquina que acaba respondendo os comandos de invasores, com a utilização dos dados pessoais para criar contas digitais falsas, pedindo empréstimos ou até invasão da conta bancária e retirada de toda a quantia. 

O especialista Paulo Trindade também afirma que “a vítima pode ser extorquida de muitas formas e usar o Imposto de Renda é uma isca. Sempre que você detectar mensagens que ativem gatilhos emocionais, pare e pense. Nunca entre em um link que te mandaram por email. A dica é desconfiar sempre”. 

Como se prevenir contra golpes?

Por meio da prevenção com antivírus e dando atenção para evitar sites de buscas, os especialistas em cibersegurança explicam as medidas para serem adotadas. “É recomendável instalar um antivírus no computador e no celular, mantendo-o atualizado. Outra dica é evitar buscar o endereço em sites de busca, digite diretamente a URL do que você procura e não clique em links que foram enviados por email ou WhatsApp”, explica Simoni.

“As crianças podem baixar jogos e elas não têm o mesmo cuidado que os adultos. Esses programas que são baixados podem ter malwares, vírus e outras ameaças, que vão instalar nas máquinas dispositivos que comprometem a segurança. Por isso, o computador ou celular com dados bancários ou que seja usado para trabalho não devem ser compartilhados”, diz Trindade.

Os especialistas também recomendam evitar o uso de redes públicas de internet e ter atenção na hora de baixar aplicativos ligados à Receita Federal. Utilize apenas as lojas oficiais (como Apple Store ou Play Store) e verifique se o fornecedor é o Serviço de Informações do Brasil, que é o responsável pelos aplicativos do governo federal.

Fonte: O Liberal

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