Alunos da Escola de Ensino Fundamental e Médio Sol Nascente, no Assurini, zona rural do município de Altamira, no sudoeste do Estado, denunciam que estão há três semanas perdendo aula por não terem como chegar à escola. Segundo os estudantes, os motoristas que fazem o transporte escolar cruzaram os braços devido a falta de pagamento. Ainda de acordo com alunos do ensino médio, alguns estudantes moram cerca de 20 km de distância da unidade escolar e é impossível ir a pé. “Voltei para dar queixa que estamos sem estudar há quase três semanas. O nosso motorista não recebe e estamos sem aula e isso vai nos prejudicar muito. Nos ajude! Não sabemos o que fazer mais”, foi o pedido de socorro de uma aluna ao Portal A Voz do Xingu.
Nossa redação entrou em contato com a Direção da 10ª Unidade Regional de Ensino – URE em Altamira. O diretor, Edir Souza, reconheceu o problema e disse que não é somente essa escola que estaria prejudicada com a falta do transporte escolar. Ele explica que a empresa que ganhou a licitação, realizada há um ano para fazer o transporte dos alunos de várias escolas da rede estadual da região, é da cidade de Tucuruí. Só que esta empresa teria terceirizado o serviço aqui em Altamira, mas não estaria repassando o valor aos prestadores de serviço. Segundo o diretor da URE, a Secretaria de Educação do Estado estaria repassando o valor integral à empresa ganhadora do certame, mas esta teria repassado apenas 50% da verba aos motoristas terceirizados, por isso eles resolveram paralisar os serviços. O diretor afirma que a Seduc já tem conhecimento sobre este problema e está tomando todas as medidas cabíveis contra a empresa vencedora da licitação devido à quebra de contrato.
No mês passado o Portal A Voz do Xingu denunciou a situação de abandono em que se encontrava esta mesma escola, que ficou vários dias sem aula, devido às péssimas condições em que se encontrava o prédio. As portas estavam quebradas, nos banheiros não tinha água e o mato tomava conta da área externa da escola que atende alunos do ensino fundamental e médio.
Por Wilson Soares, A Voz do Xingu