Um empresário do setor madeireiro e pré-candidato a prefeito do município de Uruará (PA) foi preso na manhã desta terça-feira (11 junho 2024), numa operação de equipes policiais da Polícia Civil, que não atua no município. As primeiras informações indicam que a prisão ocorreu na residência do empresário. Outro empresário do setor de supermercados também foi preso na mesma operação. A investigação de um esquema milionário de créditos florestais falsos, com fraudes, teve início em 2019, após uma associação criminosa utilizar documentos falsos para realizar leilões de produtos florestais supostamente feitos pelas prefeituras de Itaituba e Novo Progresso, no sudoeste do Pará.
Os dois empresários presos em Uruará foram encaminhados para a Delegacia de Polícia Civil de Uruará, onde estão passando pelos procedimentos legais.
A operação “Dark Wood”, da Polícia Civil do Pará, prendeu sete pessoas e cumpriu nove mandados de busca e apreensão em cidades paraenses e no Distrito Federal nesta terça-feira (11/06). A investigação mira um esquema milionário de créditos florestais falsos e realizou bloqueios de bens, incluindo carros de luxo. Foram presos proprietários de madeireiras e um ex-servidor da Semas. Seis das prisões ocorreram no Pará, nos distritos de Outeiro, em Belém; duas em Uruará; duas em Novo Progresso; e uma em Santa Bárbara do Pará. Uma sétima pessoa foi presa no Distrito Federal. As identidades dos alvos não foram divulgadas.
A polícia estima que a fraude movimentou aproximadamente R$ 26 milhões. Segundo o delegado-geral da PC, os documentos foram falsificados na Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas), com pedido de inclusão de créditos florestais nas pastas do Sistema de Comercialização e Transporte de Produtos Florestais (Sisflora) para duas empresas que teriam vencido leilões.
Os créditos florestais são, na prática, a reposição florestal como forma de “compensar o volume de matéria-prima extraído de vegetação natural pelo volume de matéria-prima resultante de plantio florestal para geração de estoque ou recuperação de cobertura florestal”. A medida é prevista pelo Código Florestal brasileiro.
As investigações apontam que um crédito de mais de 13 mil metros cúbicos de madeira foi concedido de maneira indevida. Os créditos foram questionados por outras empresas madeireiras dentro e fora do Pará. Algumas dessas empresas são suspeitas de simular transporte e recebimento do material por meio dos créditos, com a expedição de falsas guias florestais.
A ação foi executada pelas equipes da Divisão de Repressão à Lavagem de Dinheiro (DRLD), Núcleo de Apoio à Investigação (NAI) de Santarém e Altamira, Superintendência de Altamira e Delegacia de Novo Progresso.
Com informações do G1 Pará e do portal Gazeta Real.