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Delegado-geral explica como quadrilha de São Paulo aplicava golpes virtuais no Pará

Entre os crimes estão falsos leilões de veículos, golpe em plataformas de vendas, tabela pix, invasões de contas de redes sociais, invasões e ‘clonagens’ de WhatsApp e crimes contra vulneráveis, envolvendo pornografia infantil, discursos extremistas, ciberbullying entre outros.

Crédito: Marcello Casal Jr./Agência Brasil
Crédito: Marcello Casal Jr./Agência Brasil
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A operação ‘Guardião Digital’, realizada pela Polícia Civil do Pará juntamente com a PC de São Paulo, investiga vários crimes realizados por meio virtual em que há vítimas paraenses e também de outros cinco estados brasileiros. Na manhã desta quinta-feira (4/07), no terceiro dia da operação, em entrevista ao O Liberal, o delegado-geral da PCPA, Walter Resende, explicou quais eram e como ocorriam as fraudes virtuais de São Paulo que faziam vítimas no Pará.

Segundo o delegado Walter Resende, até a manhã desta quinta-feira (4/7), 34 pessoas já haviam sido presas em cidades do interior paulista. Mas o número de autuados poderia aumentar no decorrer do dia, pois as diligências agora iriam se concentrar na capital. Ao todo, 34 mandados de prisão e 104 mandados de busca e apreensão foram expedidos pela Polícia Civil do Pará para serem deflagrados em São Paulo, com o apoio da PCSP. Somente nas vítimas do Pará, foram contabilizados 12 milhões de prejuízos.

Modalidades Criminosas

Walter Resende explica que os investigados fazem parte de vários grupos que atuavam em modalidades diferentes de fraudes virtuais. “Nem todos eles (investigados) se conheciam. Os presos foram autuados por fazerem parte de diversas organizações que agiam na internet. Alguns praticavam o crime de falso intermediário, outros de falsos leilões e uma parte se passava por parentes das vítimas e pediam dinheiro se passando por outras pessoas. Mas há outros crimes, como alguns investigados que invadiam as redes sociais das vítimas e pediam dinheiro ou informavam sobre vendas de itens que não existiam”, explica o delegado-geral da PCPA.

Segundo a autoridade, não havia um perfil de vítimas. Os criminosos já haviam enganado grandes empresários paraenses e de outros estados, como também pessoas de baixa renda, que enviavam quantias de três a quatro mil reais e não recebiam retorno dos itens comprados e nem o dinheiro de volta.

Golpes

Em média, os grupos que realizavam os golpes virtuais contavam com 10 a 15 pessoas. Os presos são investigados por crimes como: falsos leilões de veículos; golpe em plataformas de vendas; tabela pix; invasões de contas de redes sociais; invasões e ‘clonagens’ de WhatsApp e crimes contra vulneráveis, envolvendo pornografia infantil, discursos extremistas, ciberbullying entre outros.“

Eles ficam durante o dia todo fazendo anúncios na internet e redes sociais em busca de vítimas em várias cidades, de todos os estados. Posteriormente, após captar essas vítimas e depositar valor em alguma conta, essa conta é rapidamente pulverizada. E outros integrantes do grupo forneciam contas para que o valor fosse sacado imediatamente. Em questão de minutos, quando cai o valor, já tem alguém que transfere, e outro que faz o saque”, explica o delegado Walter Resende.

Conforme o delegado Walter Rezende, após a apreensão de celulares, computadores e outros equipamentos eletrônicos que possivelmente era utilizados nos crimes, a PC do Pará deve dar continuidade para identificar mais envolvidos.

“Temos recebido todo o apoio do Governo do Estado para realizar essas operações que combatem os crimes tanto no meio virtual como fora dele. Orientamos as pessoas a sempre desconfiar de ofertas muito vantajosas na internet e, em caso de golpes, procurar imediatamente a Polícia Civil, por meio da delegacia de Crimes Cibernéticos, para que sejam iniciadas as investigações. Por meio das denúncias de golpes aplicados no Pará, há um ano, conseguimos realizar esse levantamento minucioso e chegar a todos os envolvidos. Agora, vamos continuar até identificar e prender o máximo de pessoas que tenham participado desses crimes”, declara Walter Rezende.

O ‘Golpe Falso Intermediário’, as fraudes são comuns na compra e venda de carros. O golpista consegue enganar o verdadeiro vendedor do veículo e o interessado na compra, ficando com o dinheiro da negociação. A pessoa se apresenta como intermediária do negócio e diz que vai revender o carro, ele recoloca o anúncio no ar com o preço bem abaixo para atrair um comprador, depois pede que a vítima repasse o dinheiro e, quando chega o dia de ir ao cartório, a pessoa desaparece.

No Golpe do falso leilão, as vítimas conhecem os sites de leilões fraudulentos por meio de ferramentas de busca e de divulgações em redes sociais. Se cadastram enviando cópias de documentos pessoais por e-mail ou WhatsApp e recebem ligações de confirmação, com liberação para acompanhar o falso leilão e fazer lances. Depois recebem uma carta de arrematação onde constam dados para depósitos e transferências bancárias. Ao fazer o pagamento, os golpistas bloqueiam as vítimas no WhatsApp e passam a não atender as ligações.

O Golpe da Tabela do Pix ocorre quando os golpistas criam uma tabela falsa que contém supostos “descontos”, “ofertas imperdíveis” ou investimentos, que só podem ser acessados ​​através de um pagamento via Pix. Quando a pessoa envia o dinheiro, não recebe nada em troca.

Golpe da invasão de perfis nas redes sociais é praticado por criminosos que usam os dados da vítima para aplicar outros tipos de golpes ou até mesmo ganhar vantagens financeiras. Uma vez sob controle da rede social da vítima, o golpista envia links suspeitos ou compartilha códigos de segurança para que os amigos da vítima preencham a senha em sites suspeitos e também sejam enganados. Em outras ocasiões, o perfil na rede social da vítima é usado para oferecer itens para a venda e quando alguém se interessa e envia o dinheiro, acaba também caindo no golpe.

Invasões e ‘clonagens’ de WhatsApp é um golpe muito usado por criminosos que se utilizam da prática para pedir dinheiro a amigos e familiares das vítimas. Também enviam links falsos para que a pessoa clique e acabe tendo as redes sociais invadidas. Em muitos casos, há o compartilhamento de imagens impróprias, envolvendo a compartilhamento de imagens impróprias de crianças e adolescentes, assim como discursos de ódio, ciberbullying entre outros ilícitos.

Fonte: O Liberal

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