O Tribunal de Justiça do Pará (TJPA) decretou a prisão preventiva de Cleilton de Oliveira Gomes, de 26 anos, após a solicitação do Ministério Público do Pará (MPPA) durante a audiência de custódia, realizada na última segunda-feira (23 setembro). Com a determinação do juízo da 2ª Vara Criminal de Altamira, não há prazo para Cleilton ser solto. Ele estava preso temporariamente desde o último domingo (22/9), por suspeita de envolvimento na morte de Sara Raabe Silva do Nascimento, 5. Agora, ele segue detido por tempo indeterminado.
Antes da captura, Cleilton tinha um mandado de prisão temporária, que tem um prazo de cinco dias e pode ser prorrogado por mais cinco dias em situações de extrema necessidade. Um dos requisitos para a decretação da prisão preventiva é a existência de provas do crime e indícios de autoria.
Quando Cleilton foi preso, ele confessou o crime e indiciou o local onde estava o corpo da criança, conforme a Polícia Civil havia comunicado. O delegado Fhilipe Barreto, titular da Delegacia de Homicídios de Altamira e que é responsável pela investigação do caso, conversou exclusivamente com a Redação Integrada de O Liberal. Segundo Barreto, Cleilton revelou que estuprou Sara e a matou asfixiada enquanto ela pedia por ajuda.
Mesmo tendo confessado o crime, Cleilton continua na condição de suspeito. Ele só passa a ser chamado de acusado com o término do inquérito policial e a denúncia do MPPA à Justiça. Caso o Poder Judiciário acate a denúncia, Cleilton vira réu.
O caso
Sara Raabe sumiu uma semana atrás, no dia 18 deste mês, no Ramal do Cupiúba, região onde o corpo foi encontrado em avançado estado de decomposição quatro dias depois. Antes de desaparecer, ela brincava com o irmão, de 10 anos, e outras crianças. O delegado Fhilipe disse que Cleilton pegou a menina naquele e andou com a vítima por quase uma hora em uma área de igapó, trecho de floresta invadido por enchentes, até cometer o crime.
As buscas pela menina começaram assim que a família percebeu o sumiço dela. As polícias Civil e Militar, Corpo de Bombeiros, inclusive mototaxistas e outros voluntários procuravam qualquer pista que ajudasse a localizá-la. Até militares do Exército reforçaram as buscas por Sara. Mergulhadores do Corpo de Bombeiros fizeram buscas em um igarapé que há na região onde a menina sumiu, que é extensa, tem muita mata e lama, o que dificultou o trabalho.
Cleilton costumava frequentar o “Bar da Morena”, que fica no Ramal do Cupiúba e próximo de onde a família de Sara mora. Ele chegou a dormir no barracão que fica no terreno da residência da criança no dia 16 deste mês. Dayane Silva, mãe de Sara, contou que chegou a dar comida e água para o suspeito, sem nem imaginar o que iria acontecer dois dias depois.
De acordo com a polícia, o suspeito tem passagens por furto e é usuário de drogas. Ele segue preso e à disposição da Justiça. Cleilton deve responder pelos crimes de homicídio qualificado, ocultação de cadáver e estupro de vulnerável.