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Ações integradas de órgãos estaduais consolidam produção paraense de cacau

O Pará conta conta com o Fundo de Desenvolvimento da Cacauicultura (Funcacau) e o Programa de Desenvolvimento da Cadeia Produtiva da Cacauicultura (Procacau)

Foto: Pedro Guerreiro / Ag. Pará
Foto: Pedro Guerreiro / Ag. Pará
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Com a proximidade da Páscoa, o chocolate paraense ganha maior visibilidade por ser um dos mais saborosos do mundo. Por trás da iguaria existe uma produção de cacau focada nas amêndoas que dão origem ao alimento. Por dois anos seguidos (2019 e 2020), o Pará alcançou a maior produção de cacau do País, em disputa acirrada com o estado da Bahia. Em 2021, a produção paraense chegou a 145 mil toneladas.

Para fortalecer e garantir ainda mais qualidade ao produto, o cultivo do fruto recebe apoio de órgãos estaduais, como da Secretaria e Estado de Desenvolvimento Agropecuária e da Pesca (Sedap) e da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado do Pará (Emater).

O município com a maior produção é Medicilândia, com 52.302 toneladas produzidas em 2021. Individualmente, é o maior produtor de cacau do Brasil. Hélia Félix, produtora da cidade, trabalha com o fruto há 25 anos junto com os filhos em duas propriedades que reúnem mais de 17 mil plantas.

“A minha produção, basicamente, é vendida no comércio local. Trabalho com amêndoas e vendo para a indústria de chocolate, a partir de uma cooperativa da qual eu faço parte. O excedente eu vendo na Cargill que é uma grande moageira compradora de cacau ou no comércio local por alguns atravessadores”, contou Hélia Félix.

A produção de Hélia se destacou no concurso nacional de amêndoas em 2021, quando ela ficou com o segundo lugar. “Temos recebido um apoio bem significativo do Governo do Estado, da Sedap, Sedeme (Secretaria Estadual de Desenvolvimento Econômico, Mineração e Energia), em relação à participação em eventos, feiras e a também quanto ao aprendizado. Recentemente tivemos algumas vagas para fazer o curso de classificador de amêndoa e eu fui uma das escolhidas”, disse ela.

A Transamazônica ou BR-230, compreende os municípios de Novo Repartimento, Pacajá, Anapu, Vitória do Xingu, Altamira, Brasil Novo, Medicilândia, Uruará, Placas e Rurópolis, e concentra a maior produção de amêndoas de cacau, são 85,5% da produção estadual. 

O Pará tem um Fundo de Desenvolvimento da Cacauicultura do Pará (Funcacau) e um Programa de Desenvolvimento da Cadeia Produtiva da Cacauicultura (Procacau), executados pela Sedap com o apoio de parceiros, entre os quais, a Emater, Ideflor-Bio, Sedeme, Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac) e Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar). 

As duas iniciativas se voltam para o incentivo da produção cacaueira paraense, que alterna com a Bahia o posto de maior produtor brasileiro do fruto. No momento, o Pará é o segundo maior produtor brasileiro, com 145 mil toneladas produzidas em 2021, com produção crescente a cada ano.

A expectativa do Pará é a de retomar o posto de primeiro lugar no ranking nacional, em 2022, de acordo com o Núcleo de Planejamento e Assessoria Técnica e Estatística da Sedap. Ivaldo Santana, coordenador do Procacau, da Sedap, explica que são distribuídas 12 milhões de sementes de cacau aos produtores em diversos níveis de cultivo.

“São sementes de alta qualidade para o desenvolvimento da cacauicultora. O Procacau também atua com recursos do Funcacau, para apoiar várias ações e projetos, como o beneficiamento primário de amêndoa de cacau, de modo que a maior qualidade alcance maior preço no mercado. Também apoiamos a participação de produtores em eventos nacionais e internacionais, com rodadas de negócios e geralmente conseguem comercializar suas amêndoas, inclusive em países como Portugal, Holanda e França”, destaca o coordenador.

O Pará tem 28.700 produtores de cacau, com uma área plantada de 205.413 hectares.  Cerca de 50% são apoiados com sementes híbridas e capacitações, assistência técnica executada pela Emater e Senar e da participação em eventos para troca de experiências e rodadas de negócios.

Em todo o Estado, a Emater atende a 2.500 famílias produtoras com a viabilização de financiamento rural e acompanhamento da cultura: manejo, colheita e pós-colheita. “Esse trabalho é importante para que o produtor, ao ter uma amêndoa de melhor qualidade, possa alcançar melhores preços na comercialização dos produtos, agregando diretamente valor ao produto e contribui para o aumento da renda da família”, comenta Paulo Lobato, diretor técnico da Emater.

Ainda de acordo com o diretor, a instituição auxilia em projetos financeiros para financiamento de custeio. “A partir da capitalização do produtor, ele consegue ter condições de investir mais na roça, qualificar ainda mais o trabalho, obtendo maior lucro com a venda do seu produto final e isso gera mais emprego, com recursos para contratar mão de obra”, acrescenta Paulo.

De 2020 para cá, a estimativa é de que, por meio de projetos elaborados por técnicos da Emater, tenha sido viabilizado algo em torno de R$ 1 milhão, para alavancar a cadeia produtiva, em especial, no custeio das roças.

O trabalho tem um viés sustentável, uma vez que, para acessar o financiamento, o projeto para incentivo do cacau precisar estar associado a outras culturas, em um arranjo agroflorestal, o que contribui significativamente na recuperação de passivos ambientais.

Em 2021, a Emater aprovou junto ao Funcacau um projeto de R$ 9 milhões, destinados ao atendimento de 2.600 famílias produtoras em 26 municípios paraenses. A previsão de liberação da primeira parcela deste recurso é para este semestre.

Fonte: Agência Pará

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