Altamira: Operação do Ibama em Castelo de Sonhos provoca revolta entre produtores rurais; Justiça suspende ações

Continua após a publicidade

Por Wilson Soares – A Voz do Xingu

Uma operação do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), realizada na última quinta-feira (21/8), em Castelo de Sonhos, distrito de Altamira, no sudoeste do Pará, surpreendeu produtores rurais e gerou grande indignação na região.

NotíciasRelacionadas

Vídeos que circulam nas redes sociais mostram agentes em uma propriedade no assentamento Brasília destruindo currais e cercas. Em outras gravações, fiscais aparecem dentro da casa de um morador revirando um guarda-roupa. A ação foi considerada truculenta por parte da população.

“O que eles estão fazendo é desumano. A gente não é bandido, a gente trabalha para conquistar nossas coisas. Agora eu quero ver para onde eu vou”, desabafou, em tom de desespero, uma moradora que teve a casa destruída enquanto segurava uma criança no colo.

Outro colono relatou não ter recebido qualquer notificação prévia. “Eles chegaram e simplesmente disseram que a gente não tinha direito a nada, que aqui era área de reserva e assentamento. Pedimos um prazo para retirar o gado antes de derrubarem o curral, mas não aceitaram. Disseram que era o primeiro lugar que iriam cortar. Disseram que tudo aqui é ilegal e que não temos direito a nada. Eu pago o ITR dessa área há 13 anos, mostrei para eles, mas não adiantou nada”, disse o produtor.

A operação, que envolve o Ibama, o Incra e a Força Nacional, foi suspensa neste sábado (23/8) após decisão da Justiça Federal de Itaituba. Dois advogados representando a Prefeitura de Altamira ingressaram na sexta-feira (22 de agosto) com um pedido de mandado de segurança para garantir os direitos dos moradores.

“Nós conseguimos, por meio de um mandado de segurança, assegurar que o Ibama se abstenha de invadir as casas e destruir os pertences das famílias”, declarou o advogado e chefe de gabinete da Prefeitura de Altamira, Tony Gleydson da Silva Barros, em um vídeo publicado nas redes sociais. Até o momento, o Ibama não se manifestou sobre a decisão judicial que determinou a paralisação da operação.

Compartilhe essa matéria:

WhatsApp
Facebook
Twitter
LinkedIn

RelatedPosts

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Você não pode copiar conteúdo desta página