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Alunos da rede estadual retornam às aulas presenciais de forma escalonada

A volta gradual resulta de planejamento estratégico e cumpre os protocolos de limpeza e proteção à Saúde de toda a comunidade escolar

Foto: Agência Pará
Foto: Agência Pará
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Estudantes da rede estadual de ensino iniciaram o segundo semestre letivo de 2021, nesta segunda-feira (02), após um ano e quatro meses de ensino remoto em função da pandemia de Covid-19. Escolas foram adaptadas com a instalação de pias e dispensadores de álcool para higienização de mãos; além de aferição de temperatura; distribuição de máscaras de proteção e medidas sanitárias previstas no Plano de Retomada de Aulas.

Esse período inicial, de volta às aulas, é considerado um processo de acolhimento, uma vez que o retorno considera 25% das turmas do 3ª série do Ensino Médio; 5º, 9ª ano do Ensino Fundamental; além das terminalidades da Educação de Jovens e Adultos (EJA).

O retorno presencial é optativo e os alunos podem continuar estudando por meio do Todos Em Casa pela Educação. Entretanto, a escolha das turmas que iniciaram o presencial considera a competitividade para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e da prova do Sistema de Avaliação da Educação Básica (SAEB), a ser realizada em novembro. 

Adriano Pantoja Filho, 14 anos, estuda no 9º ano da Escola Estadual José Veríssimo, no bairro da Batista Campos, em Belém. “Eu dormi cedo e deixei tudo organizado, estava ansioso. Fazia tempo que não entrava na escola. O ensino remoto pode funcionar, mas o presencial não tem comparação com o professor junto, os colegas. É mil vezes melhor”, avalia. 

O estudante, juntamente com outros alunos e servidores da unidade foram recepcionados pela secretária de Educação Elieth de Fátima Braga. “Estamos voltando às nossas atividades presenciais de forma escalonada. O cenário epidemiológico está norteando as decisões do Governo em relação à reabertura das escolas. Neste momento, com o avanço do calendário de vacinação é um retorno seguro”, pontuou Elieth.

A titular da Secretaria de Estado de Educação (Seduc) exaltou o trabalho desenvolvido pelos professores durante o ensino remoto. “O Pará é um estado muito grande e há dificuldades no acesso à internet, mas muitos professores abraçaram esta causa, ajudaram nesse momento e foram essenciais para que não parassem as atividades”, salientou Elieth.

O professor Estevam Santos leciona Matemática e concorda que o período foi desafiador. “Nós temos muitos professores que têm mais trato com a tecnologia, mas temos outros que tiveram um esforço muito grande. Eu nunca havia precisado gravar aula como fiz no ano passado. Tenho uma experiência significativa de 33 anos, inclusive em outros estados, sem dúvida foi o período mais desafiador enquanto profissional”, afirmou.

Leila Braga, gestora da USE 02, que jurisdiciona 21 escolas na região metropolitana de Belém. ”O Plano de Retomada tem orientações pedagógicas e estruturais, temos dois grupos de trabalho, trabalhando de forma híbrida. Estamos com um trabalho de conscientização porque os adolescentes gostam de se abraçar, fazer fotos, para que nos momentos de saída das salas, tenha sempre alguém observando a condução do aluno. Além disso, no lanche estamos com a higienização na lavagem e secagem e eles devem trazer as garrafas de água pessoais para serem abastecidas nos bebedouros”, detalhou a gestora. 

Já na Escola Estadual Brigadeiro Fontenelle, no bairro da Terra Firme, a movimentação foi boa no primeiro dia de aula, mas ainda não alcançou os 25% de estudantes previstos. “Acreditamos que a partir de amanhã a procura já vai se normalizar pois os alunos levam muito o boca a boca. Procuramos seguir todo o protocolo de segurança, higienizamos as salas com bombas. Separamos as cadeiras, colocamos as pias com detergente, temos dispensers de alcool espalhados pela escola, tem os tapetes higienizantes. Vamos trocar o turno e fazer a limpeza nas salas. Estamos tentando tratar com todo o cuidado devido, todos os protocolos, o que estiver ao nosso alcance estamos fazendo”, garante o diretor Luiz Paulo Assunção.

Jaylla Almeida, aluna do 3º ano, se prepara para o próximo Enem e acredita que o cenário ideal seria a vacinação já ter chegado a todas as faixas etárias, inclusive a dos estudantes. 

“Mas eu sou a favor da volta, temos de estar aqui para aprender. Eu estudo aqui há oito anos, é uma escola muito grande. Tem muitos alunos, mas com os cuidados que a escola está tendo, acho que não vai ocorrer. Mas esse vírus não tem como a gente saber quem está (contaminado) ou não. Então o máximo cuidado, nós mesmos, vir conscientes, saber que temos que passar álcool e que dá um distanciamento. Isso vai do caráter da pessoa porque ela está sabendo que muitas vidas já foram”, reforça a aluna.

Jaylla comentou as dificuldades que teve para manter a disciplina durante o período remoto. “Tive acesso à internet e as aulas online e também o material impresso. Moro no Jurunas então tinha todo esse transtorno para chegar na escola para pegar o material. É um esforço”, lembra.

A interação por meio da tecnologia auxiliou para manter o estudo em dia, mas os desafios foram intensos. “A internet cai, às vezes não entendemos o que o professor falou, temos que pedir para ele repetir. No presencial, qualquer dúvida, levantamos a mão e tira. Já temos um aprendizado melhor do que a aula online”, avalia.

Fonte: DOL

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