procura por vacinas no Brasil tem caído e põe em risco a população. Dados preliminares do Ministério da Saúde (MS) mostram que até agosto de 2018, a cobertura vacinal de crianças abaixo de dois anos ainda não é a ideal, gira em torno de 50% e 70%, quando o ideal é acima de 90% ou 95%, a depender da vacina. O maior risco da evasão é a reintrodução de doenças já eliminadas no País e até mesmo a morte. O Pará figura entre os estados com menor cobertura vacinal de crianças de até 23 meses.
Segundo o médico infectologista Newton Belessi, historicamente as pessoas estão vivendo mais devido, em parte, as vacinas. Além de garantir uma vida mais longa e saudável, o vacinado também preserva a saúde de quem está no seu entorno, já que os riscos de transmissão de doenças caem substancialmente. “Temos mais de 60 diferentes infecções causadas pela ausência de vacinas, por isso não podemos desprezá-las, já que possuem um efeito gigantesco”, frisa.
No século passado, a não vacinação foi uma das três principais causas de morte no Brasil. Juntos, a varíola, o sarampo e a gripe mataram mais de um bilhão de pessoas. Hoje, estão erradicadas ou controladas, mas correm o risco de voltar se a população continuar obstruindo a vacinação.
A cobertura começou a cair em 2014. Na opinião de Newton Belessi, o motivo é que antes tinha mais divulgação e mais campanhas de vacinação. No último dia 11, o MS lançou a campanha publicitária “Porque contra arrependimento não existe vacina”, na qual as peças são impactantes e mostram casos reais de pessoas que sofrem até hoje pela não vacinação.
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A desinformação provocada por boatos de que as vacinas não funcionam ou que trazem graves efeitos colaterais, o que já foi descartado pela área médica, também contribuem para a redução. Além disso, há outros motivos, como o próprio sucesso das vacinações que acabaram com as doenças e fazem as pessoas acharem que não precisam mais se imunizar. “A imunidade não é para sempre”, alerta Belessi.
Para o infectologista é preciso tratar mais sobre o assunto nos cursos de medicina e evitar as Oportunidades Perdidas de Vacinação (OPV) durante consultas médicas. Por outro lado, o Sistema Único de Saúde (SUS) precisa aumentar a rede de cobertura também para adultos, que ainda estão privados de vacinas importantes como a do HPV e a pneumocócica.
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