As fraudes fundiárias continuam a todo vapor no Pará, mas desta vez parece que deu zebra. A Polícia Civil do Pará, por meio da Diretoria Estadual de Combate à Corrupção (Decor), saiu às ruas de Belém e Castanhal na manhã de hoje, 4, em cumprimento a dois mandados de prisão contra alvos da segunda fase da Operação “Boca da Cobra”.
A operação apura a fraude documental envolvendo o Cadastro Ambiental Rural (CAR), georreferenciamento e o registro de diversas propriedades rurais no Pará, realizado por empresa que prestava serviço de regularização fundiária. Nesta operação, a polícia executou um mandado de prisão preventiva contra o proprietário da empresa.
A ‘Boca da Cobra’ também cumpriu dois mandados de busca e apreensão contra outro empresário, na cidade de Castanhal. Com o homem, a PC encontrou contratos em que constavam o nome e os dados pessoais do empresário e de outras pessoas investigadas nesta operação. Também foram apreendidas duas armas de fogo, sendo uma pistola taurus calibre 380 e uma carabina rossi calibre 38.
O proprietário das armas foi conduzido à sede da Superintendência de Castanhal para fins de procedimento flagrancial. A delegada-geral adjunta, Daniela Santos, pontuou que o principal alvo foi preso preventivamente por continuar praticando fraudes, mesmo após ser solto pela justiça.
“O homem foi preso na primeira fase e, depois que foi solto, continuou praticando os mesmos crimes. As investigações continuam no intuito de esclarecer quem está se beneficiando com as fraudes constatadas, cujos documentos eram fraudados”.
Primeira fase
Durante a primeira fase da operação ‘Boca da Cobra’, que ocorreu no dia 24 de junho deste ano, a Polícia Civil do Pará cumpriu mandados de prisão e busca e apreensão em Belém, Ananindeua e Santarém Novo. A Operação investiga o registro, compra e venda de uma fazenda, que fica localizada no município de Bujaru, no nordeste do Pará.
As investigações apontam que a regularização e as transações referentes à propriedade foram efetuadas com diversas irregularidades, entre as quais falsificação de documento público e particular, associação criminosa, uso de documento falso e possíveis crimes de lavagem de dinheiro e fortes indícios de ocultação de patrimônio.
Morta assinou procuração
As investigações foram iniciadas após denúncia em aplicativo de atendimento ao cidadão, em dezembro de 2020. Diante dos fatos, foi instaurado um procedimento denominado de VPI (verificação preliminar de informação) pelo qual foram constatados vários indícios de irregularidades, como uma procuração pública, confeccionada no cartório de Santarém Novo em março de 2018, cuja outorgante havia falecido no ano de 2003 – 15 anos antes. (Do Ver-O-Fato, com informações da Polícia Civil)
Fonte: Ver o Fato