Para evitar acidentes com fogos de artifício, fogueiras e balões no período junino, o Corpo de Bombeiros Militar do Pará (CBMPA) alerta para riscos de ocorrências com queimaduras e lacerações. A primeira recomendação é avaliar a real necessidade do uso do artefato e se for utilizar, deve-se comprar fogos em comércio legalmente habilitado pelo Exército Brasileiro, que regula a venda desses artefatos explosivos, também com certificação do Inmetro, assim como o local deve estar licenciado pelos bombeiros.
Ler todas as instruções de segurança do produto, como manuseio, validade e armazenamento em local seco e frio; utilizar os fogos em áreas abertas e distantes de instalações elétricas, de hospitais, de asilos, de crianças e idosos, e de postos de combustível; e não fabricar, nem criar experiências com os artefatos estão entre as principais orientações da engenheira química tenente Iara Ferreira Santos, do Núcleo de Perícia de Incêndio do Corpo de Bombeiros.
“Em caso de falha do produto, não se deve reaproveitá-lo, é necessário esperar um tempo de segurança de 10 a 15 minutos, direcionando o artefato para um local seguro e após, fazer a imersão do mesmo em local com água para evitar as chances de acidente. Lembrando que os brincantes não devem nunca ingerir bebida alcoólica ou utilizar medicamento se forem manusear o artefato, que jamais deve ser segurado diretamente na mão”, explica a tenente. Nos últimos onze anos no Pará foram registradas 566 ocorrências de queimaduras, concentradas nos meses de junho e julho.
As recomendações referem-se aos fogos liberados para comercialização e uso, tendo em vista que os fogos chamados de “estampido”, estão proibidos no Estado em decorrência da Lei nº 9.593/2022, a qual proíbe a soltura deste tipo de fogos, visando a proteção de crianças, autistas, gestantes, idosos, pessoas acamadas, além de animais domésticos e silvestres.
No caso das fogueiras, não é recomendado acendê-las em ambientes urbanos. Em ambientes rurais, somente em locais isolados de outros materiais combustíveis. A soltura de balões é totalmente proibida pelo alto risco de provocar incêndios.
QUEIMADURAS – Os acidentes com fogos de artifício atingem, principalmente, os membros superiores e extremidades do corpo, como braços, mãos, tronco e rosto, com queimaduras de 1º, 2º ou 3º grau. Em casos mais graves, a vítima pode sofrer dilaceração e perda de um membro.
Segundo o Corpo de Bombeiros, em casos de queimaduras de 1º grau, ocorre apenas e vermelhidão no local atingido, sem a formação de bolhas. Deve-se colocar a parte afetada em água corrente. Os acidentes de grau 2 ou 3 requerem maior cuidado. Deve ser usado tecido limpo, umedecido com soro fisiológico ou água limpa para cobrir o ferimento e evitar infecção, e seguir, imediatamente, para a unidade de saúde mais próxima. No caso de dilaceração/perda de um membro, deve-se tentar estancar a hemorragia até a chegada do atendimento médico. O CBMPA pode ser acionado por meio do 190, ou pelo SAMU, pelo 192.
FISCALIZAÇÃO – Todos os eventos temporários de concentração de público precisam de licenciamento, independentemente de ser evento junino. A vistoria de fiscalização do CBMPA ocorre geralmente 24h antes do início do evento, entretanto, precisa ser solicitada com pelo menos três dias úteis de antecedência.
Felipe Campêlo, do Departamento de Ação Cultural da Fumbel, órgão organizador do Arraial da Prefeitura, ressalta a importância da atuação do Corpo de Bombeiros para garantir a segurança das festas. “Enviamos a documentação necessária para a liberação do evento e o projeto de estrutura provisória que é construído para o Arraial para os bombeiros, que realizam uma avaliação para aprovação do projeto. É agendada também uma visita técnica com vistoria minuciosa do espaço, sinalização e iluminação de emergência, extintores, tudo para que o evento ocorra com a máxima segurança”, pontua.