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Brasil pode ter cacau reconhecido pela Organização Internacional do setor

Foto: Wilson Soares - A Voz do Xingu
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O Brasil pode ser reconhecido como país produtor e exportador de cacau fino ou de aroma pelo Conselho da Organização Internacional do Cacau (ICCO, sigla em inglês), com sede em Abidjã, na Costa do Marfim. O reconhecimento poderá sair até setembro, de acordo com o técnico da Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac) do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), lotado na Superintendência Regional do Pará e Amazonas (Supam), Fernando Mendes, que participou de reunião no país africano realizada entre os dias 12 e 13 deste mês.

Para Fernando Mendes, trabalho do Grupo OICACAU, constituído por representantes da Ceplac e da Secretaria de Comércio e Relações Internacionais (SCRI/Mapa) e do Ministério das Relações Exteriores (MRE), contemplou todas as demandas da ICCO sobre a qualidade das amêndoas de cacau exportadas pelo Brasil em recorte temporal até 2017.

O procedimento de reconhecimento internacional dos países está descrito no texto do Acordo Internacional do Cacau, de 2010, e prevê que os conselheiros da ICCO se reúnam a cada dois anos para finalizar análises e julgar os pleitos encaminhados em um dossiê técnico dos exportadores. No caso do Brasil, o dossiê com as informações requeridas foi elaborado pelo Grupo OICACAU do governo brasileiro

Se o resultado for positivo, será a primeira vez que as amêndoas de cacau exportadas pelo Brasil serão reconhecidas internacionalmente como fino ou de aroma pela ICCO, passando a figurar no seleto grupo de países certificados por esse organismo internacional.

Esse reconhecimento dever agregar valor ao produto comercializado no exterior, observa o diretor da Ceplac, Guilherme Galvão. “O reconhecimento internacional da qualidade das amêndoas de cacau exportadas pelo Brasil representa um nicho de mercado mundial com potencial para alavancar a produção de qualidade. Além da qualidade superior à do cacau comum (commodity), as amêndoas de cacau fino ou de aroma possuem valor superior no mercado”.

Países produtores do tipo de maior qualidade têm tido progressos na produção de cacau fino ou de aroma, visando nichos de alta qualidade e produtos especiais de cacau e de chocolate. Especialistas reconhecem esforços feitos por países produtores a fim de melhorar e promover suas amêndoas de cacau, argumentando haver espaço para melhorias e que essa busca deve ser permanente na cadeia produtiva.

Uma combinação de critérios é usada para avaliar a qualidade do cacau fino ou de aroma. Incluem a origem genética do material de plantio, características morfológicas da planta, químicas reveladas como a coloração e o sabor. Nos procedimentos pós-colheita a qualidade passa a depender do grau de fermentação e de secagem, que influenciam o nível de acidez, a presença ou não de sabores desagradáveis e porcentagem de impurezas.

Fabricantes de chocolate usam amêndoas de cacau finos ou de aroma em receitas tradicionais, principalmente, para um número limitado de produtos acabados, relativamente caros e de alta qualidade. Só muito recentemente a demanda por cacau fino ou de aroma passou a crescer rapidamente no mercado nacional e internacional.

A maioria dos principais fabricantes de chocolate possuem linhas especiais de chocolate de qualidade premium, que exigem cacau fino ou sabor de origens específicas em suas receitas para o sabor distinto ou cor de seu chocolate.

Os tradicionais países consumidores de cacau da Europa Ocidental (Bélgica, França, Alemanha, Itália, Suíça e Reino Unido), bem como o Japão, são os principais mercados consumidores de cacau fino ou de aroma, enquanto os Estados Unidos usam esse tipo de cacau em menor medida. Alguns países da América Latina também possuem um grande mercado interno para o uso de cacau fino ou de aroma, como é o caso da Argentina.

De acordo com o Agrostat (Estatísticas de Comércio Exterior do Agronegócio Brasileiro), o Brasil, em 2017, embarcou 753 toneladas de amêndoas de cacau fino ou de aroma para o Japão, com quase 60% da quantidade, seguido pela França, Holanda (Países Baixos), Argentina, Itália, Bélgica e Áustria.

Com informações Ascom do Ministério da Agricultura, Agropecuária e Abastecimento 

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